A diverticulose é caracterizada pela presença de numerosos divertículos no intestino, principalmente no cólon sigmóide. Um divertículo é uma pequena saculação ou bolsa circular que se desenvolve na parede do cólon e tem comunicação direta com o interior do intestino. Esta formação representa uma herniação da camada mais interna de revestimento do intestino através de um ponto de fraqueza na parede do cólon. Sua ocorrência pode variar em número e também na localização, podendo acometer todo o cólon, mais freqüentemente no cólon sigmóide e em indivíduos acima de 50 anos.
Sua etiologia, ou a causa, ainda não está bem definida. No entanto o aparecimento dos divertículos tem sido atribuído aos hábitos alimentares onde a fibra é preponderante. Os alimentos mais refinados, sem verduras ou farelo, que as pessoas foram introduzindo nos seus hábitos alimentares são provavelmente a causa principal do aparecimento dos divertículos.
A diverticulite acontece se uma dessas bolsas fica inflamada. Esta é a complicação mais frequente da diverticulose e ocorre em 30% dos pacientes, dentro de 20 anos após o diagnóstico da doença.
"O tratamento clínico permite a cura entre 70 e 85% dos pacientes com diverticulite"
Sintomas, diagnóstico e tratamento
Dor abdominal importante, sensibilidade à pressão no quadrante inferior esquerdo são os sintomas predominantes, acompanhados de febre, náuseas, vômitos, distensão abdominal após alimentação, mudança do hábito intestinal e sangramento retal. A dor da diverticulite aguda é semelhante a da apendicite, porém ocorre no lado esquerdo do corpo.
O diagnóstico da doença diverticular é feito com base na história clínica, nos sintomas apresentados, no exame do paciente e em exames complementares. Como radiografia, ultrassonografia ou tomografia computadorizada de abdome total, considerado padrão ouro no diagnóstico desta doença.
O tratamento clínico permite a cura entre 70 e 85% dos pacientes com diverticulite aguda e consiste em antibióticos orais ou venosos, além de restrição dietética.
A cirurgia é reservada para episódios recorrentes, em complicações ou quando não há resposta ao tratamento clínico. Nos casos em que a cirurgia é indicada, a parte do cólon acometida é removida e uma colostomia temporária geralmente é necessária. Apenas 20% dos casos de diverticulite exigem cirurgia devido a não melhoria do quadro. Desses, cerca de 70% apresentam dor e inflamação e os outros apresentam sangramento, fístulas ou obstrução.
O tratamento de uma fístula envolve a remoção do segmento do intestino grosso onde a fístula começa, assim como a anastomose que é a conexão das extremidades do intestino seccionado.
Podem ser adotadas algumas medidas para ajudar a prevenir a ocorrência de divertículos e também para tentar evitar episódios de diverticulite e outras complicações. Estas medidas consistem essencialmente em alterações dos hábitos alimentares, como o aumento da quantidade de fibras e de líquidos na dieta e prática de atividade física regularmente.
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