“A diferença dentro da diferença
Assim é como defino a paralisia cerebral, pela qual fui afetado no parto por falta de médicos. A realidade é que este fato tem me obrigado a viver fora de uma normatização da sociedade, ou pelo menos a me adaptar para melhor buscar meus objetivos, mais precisamente a minha felicidade. Na sociedade em que vivemos o que vale é a perfeição. Incorporamos a cultura do belo, fruto de uma herança que acompanha a própria evolução da humanidade. Posso citar o grande filósofo Platão, para o qual as pessoas portadoras de deficiência, as PPDs não possuíam alma. O PC (PARALISADO CEREBRAL) é um caso interessante e instigante, pois consegue ver o mundo como ele é, mas o mundo não consegue vê-lo em sua essência; o PC é como um caso de diferença dentro da diferença, talvez o mais estigmatizado entre os PPDs. Muitas vezes somos confundidos, pela dificuldade motora e problema de dicção, com um deficiente mental ou um bêbado. Isso acarreta inúmeras consequências para a vida pessoal de um PC; a sexualidade e a afetividade ficam comprometidas não por falta de capacidade, mas por falta de sensibilidade e compreensão do companheiro ou companheira. As dificuldades são ainda maiores quando se trata do campo profissional, pois o PC se tornou quase não empregável, salvo raras e louváveis exceções.
Mudar uma mentalidade de séculos é, na verdade, uma tarefa bastante difícil e complexa, mas não esqueçamos que grandes saltos da humanidade partiram das situações de diferenças e da busca de suas superações
KYLBER ALVES – BACHAREL EM FILOSOFIA
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