terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dormir

Que dormir é um dos maiores prazeres da vida, todos sabemos. Poder acordar tarde, sem preocupações com horário é uma delícia, mas para a grande maioria isso só é possível nos raros dias de folga. Entretanto, dormir bem não significa necessariamente se esbaldar de dormir ou deixar de fazer as tarefas para sucumbir à preguiça, e sim manter uma boa rotina de sono para encarar o dia a dia estressante. Além do prazer, a ciência comprova que dormir bem só traz benefícios à sua saúde e bem-estar - o que vale para pessoas de todas as idades, das crianças aos mais velhos.

Uma noite bem dormida tem a ver com viver mais, de acordo com um estudo da Universidade de Warwick e da Universidade Federico II, na Itália. De acordo com os pesquisadores, quem dorme menos de seis horas ou mais de oito ao dia tem 12% a mais de chance de morrer. Com a qualidade do sono prejudicado, crescem os ricos de acidentes, por conta da sonolência, e de ataques cardíacos em função do estresse.

Para o neurologista Renato Lima Ferraz, a quantidade ideal de horas de sono varia de pessoa para pessoa. "Mas o mínimo recomendado é de seis horas ao dia, sendo importante não ultrapassar nove para adultos, porque quem dorme mais que isso acaba ficando, na verdade, menos descansado", explica o especialista. A importância do sono, também se estende ao aprendizado. "Na fase REM, quando acontecem os sonhos, as coisas que foram aprendidas durante o dia são processadas e armazenadas. Quando dormimos menos que o necessário, a memória de curto prazo não é processada e não conseguimos transformar em conhecimento aquilo que foi aprendido", explica o neurologista.

Renato ainda diferencia os tipos de insônia: existe a transiente, que tem um prazo curto e em geral é desencadeada por algum episódio, a intermitente, ou seja, aquela que passa mas volta de tempos em tempos, e a crônica, que é constante.
Vida sexual prejudicada

Para quem não considera a morte prematura um bom motivo para se preocupar com o próprio sono, vai esta: homens que dormem mal têm mais risco de ter disfunção erétil. O estudo, do Instituto do Sono, foi feito com 449 homens de 20 a 80 anos. Dormir mal está associado à baixa produção do hormônio sexual masculino testosterona, de acordo com o neurologista Renato Lima Ferraz. O trabalho mostrou ainda que pessoas com o sono muito fragmentado e menor tempo de sono REM (fase na qual ocorrem os sonhos) têm o dobro do risco de ter disfunção.
Dormir - Foto: Getty Images
Sono x obesidade infantil

Estudos também apontam a importância de se cultivar bons hábitos de sono desde a tenra idade. Os hábitos de sono na infância podem ser decisivos para a vida adulta. "Os pais que não colocam regras de sono para os filhos, criam neles o hábito de dormir tarde. Após alguns anos, no entanto, eles precisarão acordar cedo para ir à escola ou trabalhar. Porém, não conseguem dormir cedo, pois foram acostumados assim", afirma o neurologista.

Um estudo do Instituto de Pesquisa da Criança de Seattle, EUA, descobriu que crianças e adolescentes que não dormem o suficiente têm mais chances de se tornarem obesos. Depois de avaliar dados sobre os padrões de sono, a alimentação e os níveis de atividades físicas de 723 jovens com média de idade de 14 anos, os especialistas observaram uma relação do sono com um maior índice de massa corporal (medida do peso em relação à altura) e maior percentual de gordura.

Outro estudo, da University of Helsinki e do National Institute of Health and Welfare, da Finlândia, concluiu que, entre as 280 crianças participantes, as que dormiam menos de oito horas por noite eram mais hiperativas. Os especialistas responsáveis acreditam que o sono adequado poderia melhorar o comportamento das crianças saudáveis e reduzir os sintomas das que sofrem do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

Por conta de problemas de sono, o desempenho da criança pode cair e ela pode ser diagnosticada como hiperativa em razão da irritabilidade e de sua dificuldade de concentração.

Um ponto importante no sono das crianças é o papel dos pais. Um estudo do American Academy of Sleep Medicine mostrou que as crianças de famílias que estabelecem horários de dormir regrados desenvolvem melhor o aprendizado. O desenvolvimento da linguagem, consciência fonológica e habilidades matemáticas precoce foram mais detectados em crianças cujos pais relataram ter regras sobre o tempo de ir para a cama. Além disso, dormir uma hora mais cedo contribuiu para maiores medidas de desenvolvimento.

O médico diz que a quantidade ideal de sono para as crianças é de 9 a 11 horas de sono. "As crianças costumam ficar irritadiças quando dormem menos que isso, além de terem comprometimento de seu crescimento, pois durante uma das fases do sono há a liberação do hormônio GH, responsável pelo crescimento."
Casal- Foto: Getty Images
Eu e você, você e eu: juntinho?

Diante de produtos inusitados à venda, como almofadas em formato de braço para satisfazer aquela vontade dos solitários de dormir juntinho com alguém, dá até para pensar que dormir ao lado de alguém é um antídoto contra a insônia. Mas nem sempre funciona assim. Um estudo da Universidade de Surrey, no Reino Unido, concluiu que compartilhar a cama com o parceiro pode causar incômodos por causa do ronco ou da disputa pelo cobertor, e levar, assim, à perda de preciosas horas de sono. Os pesquisadores concluíram que, em média, os casais sofrem 50% ou mais problemas ao dormir, quando compartilham a cama. Foi também estabelecida uma ligação entre dormir mal e depressão, doenças cardíacas, derrame, distúrbios pulmonares, acidentes de trânsito e divórcio. "Para quem divide a cama com um parceiro, tem insônia e se incomoda com o ronco ou a disputa 'territorial' da cama, vale tentar dormir em cama ou ambiente separados", diz o neurologista.


Aliviando a pressão

A qualidade do sono também tem influência no controle da pressão arterial. Um estudo da Universidade de Chicago (Estados Unidos) confirma que uma boa noite de sono associa-se a menores níveis da pressão arterial. O estudo avaliou 578 adultos de meia-idade. Os resultados mostraram que, após a exclusão dos pacientes que estavam tomando medicação anti-hipertensiva, a duração menor do sono e a pior qualidade do mesmo foram decisivos para um maior risco de elevação da pressão arterial sistólica e diastólica ao longo do tempo. Uma curta duração do sono também associou-se a um aumento do risco de desenvolvimento da hipertensão arterial. Para cada hora a menos de sono, observou-se um aumento do risco relativo da incidência de hipertensão arterial em 37%.

Ômegas

Os ômegas 3 e 6 são gorduras essenciais para o bom funcionamento de vários órgãos. Essas gorduras não são produzidas pelo organismo, mas devem estar presentes na alimentação, pois auxilia na queda de níveis de triglicerídeos e de colesterol ruim (LDL), favorecendo o aumento do colesterol bom (HDL). Além disso, apresentam importante papel em alergias e processos inflamatórios.

O ômega 3 é reconhecido como um nutriente cardioprotetor, isto é, beneficia a saúde cardiovascular.Também é essencial para o funcionamento de dois órgãos importantíssimos do corpo humano: o coração e o cérebro.

No coração, diminui o risco de ataques cardíacos, pois previnem que as placas de gordura acumulem-se nas artérias.Já o cérebro é constituído por 20% de gordura, portanto o consumo de Ômega 3 e 6 é vital para deixá-lo ativo, prevenindo a falta de memória e doenças como a esclerose, Alzheimer entre outras.

"Ômega 3 é essencial para o funcionamento de dois órgãos importantíssimos do corpo humano: o coração e o cérebro"

Benefícios

Tanto Ômega 3, como o 6, agregam inúmeros benefícios aos seres humanos, tais como:

1. Previnem doenças cardiovasculares;
2. Auxilia no combate a depressão;
3. Combate seqüelas de infarto;
4. Reduz lesões por esforços;
5. Auxilia no tratamento do câncer;
6. Previne arritmia cardíaca (batimento irregular);
7. Diminui a pressão sanguínea (hipertensão);
8. Aumenta a fluidez do sangue (melhora circulação);
9. Diminui as taxas de triglicerídeos e colesterol.
Onde encontrar?

Os ômegas 3 e 6 podem ser encontrados em nozes, castanhas, amêndoas, rúcula e óleos vegetais, como azeite, milho, canola, soja e peixes (principalmente de águas profundas).

A dieta de quem come carne deve conter, em média, 2g/dia de Ômega 3. Já os vegetarianos, devem consumir o dobro, 4g/dia, pois a deficiência desse nutriente é muito maior naqueles que optaram por uma alimentação isenta de proteína animal.

Fazer suplementação é importante, principalmente para repor a deficiência de cálcio nos ossos e combater a osteoporose (principalmente mulheres na menopausa). Consulte seu nutricionista.

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Conteúdo por:
[ Flávio Bueno]

Flávio Bueno
Especialidade: Personal Trainer

Chocolate

A Pesquisa vem da Universidade de Chung Hsing, em Taiwan. O Departamento de Ciência do Alimento e Biotecnologia da instituição divulgou que são os ácidos fenólicos presentes no cacau os responsáveis pela ação emagrecedora. Eles interferem na produção da leptina, o hormônio da saciedade - que, nos obesos, é bem reduzida -, e ainda queimam calorias. Sem contar a ajuda extra dos antioxidantes, que previnem o acúmulo de gordura nas células.

Os fitoquímicos do cacau melhoram a secreção da adiponectina, o que aumenta a ação antiinflamatória, reduzindo os riscos de diabetes e aterosclerose (alterações nos vasos sanguíneos que levam a obstrução dos mesmos).

Outro dado apontado na pesquisa, publicada no Journal of Agriculture and Food Chemistry, uma das revistas americanas de maior prestígio no mundo da nutrição, atribui ao cacau o poder inibir um mecanismo que faz o organismo estocar ou produzir mais gordura. Toda essa riqueza está no chocolate amargo. Quanto mais amargo, melhor!

"O chocolate ajuda na produção da serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer"

A pesquisa coordenada pelo médico dinamarquês Arne Vernon Astrup, chefe do Departamento de Nutrição Humana da Universidade Real de Copenhague, na Dinamarca, e publicada na conceituada revista americana International Journal of Obesity, apontou que os pacientes que consumiram um tablete amargo pela manhã, ainda em jejum, ficaram mais saciados que o restante da turma: eles ingeriram 15% menos calorias ao longo do dia em comparação com o grupo que optou pelo chocolate ao leite.
Humor em alta

O chocolate também é rico em carboidratos, que ajudam na produção da serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. Além disso, concentra outras substâncias, como triptofano, teobromina, feniletilamina, tetrahidrocarbolines, fenilalanina e tirosina - estes reforçam a sensação de bem-estar.

Sim, chocolate é maravilhoso, mas não vale ingerir qualquer um, nem a quantidade que quiser. Vale à pena não esquecer que:

-Quanto maior a concentração de cacau, melhor é o produto, uma vez que é nele que estão os fitoquímicos que fazem bem à saúde. Portanto as versões amargas são as mais recomendáveis.

-O seu limite de consumo é de 30 gramas por dia, que equivale a uma barra pequena. Não pense em exagerar, porque, mesmo sendo saudável, ele é bastante calórico (100 gramas equivalem, em média, a 530 calorias).

Este chocolate deve ser prescrito pelo seu médico ou nutricionista para formulação e deve conter, o cacau, polissacarídeos mussilaginosos da babosa, L-glutamina (aminoácido), glucomannan (fibra que provém de uma planta africana, que em contato com líquidos no estomago se transforma em um gel, dando sensação de saciedade por até 4h), alga spirulina orgânica e outros.

Esses ingredientes são capazes ainda de ativar a produção de fenilalanina, aminoácido presente no cérebro que ativa neutrotransmissores para promoverem a saciedade.


Dr Anderson Zei Damasceno
Especialidade: Dermatologia

HUMOR

Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Universidade de Haifa, ambas em Israel, desenvolveram um estudo para compreender a interferência do grão de bico na melhora do humor das pessoas. Após alguns testes com pessoas que ingeriram doses variadas da leguminosa por seis meses, os cientistas constataram que elas estavam muito mais "alegres".

O motivo para tal resultado é a presença do triptofano, aminoácido essencial para a produção da serotonina, substância responsável pelas sensações agradáveis do organismo. Ela ativa os neurotransmissores cerebrais que dão sensação de bem-estar, satisfação e confiança.

O grão de bico também contém alto teor de fibras, que colabora para o funcionamento do intestino e regula as taxas de açúcar sanguíneo. "Os cereais ainda são ricos em carboidratos complexos, fornecendo energia ao corpo por um tempo mais prolongado", afirma a nutricionista Roseli Rossi, da Clínica Equilíbrio nutricional.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Alzheimer

Sobre o Alzheimer
Roberto Goldkorn é psicólogo e escritor

Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia 'o Infalível'. Logo ele, que um dia, ao tentar me ensinar matemática, disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no teto. Logo ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca mais esqueceu: esternocleidomastóideo.

O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas funções fisiológicas, e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas demências tipo Alzheimer.

Aliás, fico até mais tranqüilo diante do 'eu não sei ao certo' dos médicos; prefiro isso ao 'estou absolutamente certo de que.....', frase que me dá arrepios.

E o que fazer... para evitarmos essas drogas?

Como?

Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e pela vida 'bandida'.

Meu conselho: é para vocês não serem infalíveis como o meu pobre pai; não cheguem ao topo, nunca, pois dali só há um caminho: descer. Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória, não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.

Eu não sossego enquanto não me lembro do nome de algum velho conhecido, ou de uma localidade onde estive há trinta anos. Leiam e se empenhem em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos sessenta anos.

Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7 de cada 10 doentes nunca ligaram para essas 'bobagens' e viveram vidas medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso.

Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro. Invente novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? Hum... Preocupante). Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal, pela felicidade. Parodiando Maiakovski, que disse 'melhor morrer de vodca do que de tédio', eu digo: melhor morrer lutando o bom combate do que ter a personalidade roubada pelo Alzheimer.

Dicas para escapar do Alzheimer:

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões.

Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurônios', é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.

Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional. Tente fazer um teste:

- use o relógio de pulso no braço direito;
- escove os dentes com a mão contrária da de costume;
- ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando isso num parque);
- vista-se de olhos fechados;
- estimule o paladar, coma coisas diferentes; (conheço tanta gente que só quer comer a mesma coisa)
- veja fotos de cabeça para baixo;
- veja as horas num espelho;
- faça um novo caminho para ir ao trabalho.
A proposta é mudar o comportamento rotineiro!
Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado e estimule o seu cérebro. Vale a pena tentar!
Que tal começar a praticar agora, trocando o mouse de lado?
Que tal começar agora enviando esta mensagem, usando o mouse com a mão esquerda?
FAÇA ESTE TESTE E PASSE ADIANTE PARA SEUS (SUAS) AMIGOS (AS).
'Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer!'
Sucesso para você!


Obs.esta mensagem foi enviada por mim, com a mão esquerda. (e como é difícil)

Medo

O MEDO IMAGINÁRIO

O medo é o maior inimigo do homem. O medo está por trás do fracasso, da doença e das relações humanas desagradáveis. Milhões de pessoas têm medo do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O medo é um pensamento na sua mente. Portanto, do que tem medo é dos seus próprios pensamentos. Os seus temores não têm rosto. Eles são apenas vozes sem palavras. Eles só têm palavras se permitir que influenciem o seu modo de pensar.

Se colocasse uma tábua de 20cm de largura no chão e lhe pedisse para correr em toda a sua extensão, fá-lo-ia tranquilamente. Contudo, se pusesse a mesma tábua entre dois prédios de 15 andares, o seu pensamento reagiria de acordo e teria medo de andar sobre ela.

Todos nós temos medo. O importante é como reagimos a estes temores. Vigie os seus pensamentos. Cada pensamento aceito como verdade é enviado pelo seu consciente ao subconsciente e trazido ao seu mundo exterior como uma realidade.

Medo é uma coisa boa, pois nos protege dos perigos. Os grandes astros sempre sentem medo antes de entrar no palco. O medo é bom em certo sentido. Por isso é natural que sintamos medo, porém, lembre-se que, para tudo na vida, existe sempre uma primeira vez. O primeiro amigo, a primeira namorada, o primeiro emprego, a primeira promoção, etc. É, nesta primeira vez, que construímos o nosso futuro.

Se não fosse a primeira fase do seu estudo, hoje não teria o perfil profissional que tem, e, provavelmente, seria um completo ignorante. Tenho a certeza de que o seu primeiro dia na escola foi um verdadeiro terror, quando saiu de perto da sua mãe. Sentiu medo!

O medo se manifesta no corpo através de sensações como dor na barriga, imobilização, travamento (perna, mente, garganta), tremedeira, calafrios, suores. Provoca mudanças no metabolismo que se manifestam como um estado de alerta.

O estado de alerta é uma reação natural para situações de perigo, mas acaba sendo utilizado para as oscilações que a mente provoca. Esse, sim, é um medo desnecessário e prejudicial, pois passamos muito tempo acionando os mais diversos tipos de alerta imaginários: "Vou ser demitido", "Falhei!", "Estou sendo traído".

Todo desejo traz consigo um medo. Quando desejamos um novo emprego, uma promoção, um amor, surge, com este desejo, o medo de não conseguirmos. A mente começa a criar situações mirabolantes e um turbilhão de idéias negativas.

Das muitas atitudes que podem destruí-lo é a pré-qualificação dos seus projetos. Nunca diga a si próprio: "Estou feito" ou "Vou perder, já existem muitos pontos a meu desfavor". Essa é a melhor maneira de se derrotar antes de começar.

O medo causa sentimentos de opressão, depressão, tristeza, infelicidade e dor. Este sentimento é trazido pelas sensações de perda, exposição, erro, inferioridade, humilhação e vergonha. Quando nos mantemos frequentemente nesse estado de alerta imaginário, acabamos por gerar uma tensão que, com o tempo, se transforma em estresse.

O simples fato de mudarmos de uma moradia, de um emprego ou de um(a) namorado(a), traz consigo o medo imaginário. Será que no local da nova residência vou encontrar um mercado com facilidade? Os vizinhos serão atenciosos e amigáveis? Vou gostar de lá? No caso do emprego, será que ficarei feliz? Foi uma decisão acertada? E com o novo relacionamento amoroso, é a pessoa ideal para mim? Estou tomando a decisão acertada?

Medo imaginário é o movimento fantasioso que a mente faz, na tentativa de impedir que um acontecimento indesejável ocorra. Esta repulsa reforça a lembrança da dor, da punição, da vergonha e da humilhação, procurando evitar que venhamos a sofrer.

O medo imaginário embota a nossa mente e nos impede de agir de forma ousada, de pensar com clareza. Faz a mente distorcer os pensamentos, levando-nos a todos os tipos de crenças absurdas.

O medo do novo, do desconhecido, não existe. O que exista é apenas o apego às coisas conhecidas e o receio de perdê-las, pois o que é conhecido, por mais sofrimento que traga, nos parece seguro e confortável. O medo imaginário nos obriga a fazer sempre as mesmas coisas e, assim, criamos rotinas, hábitos, crenças e dogmas, evitando a aventura de um novo emprego, um novo amor, um novo projeto, deixando de nos abrir ao desconhecido e ao novo.

Nos questionamos muitas vezes que devemos mudar, que merecemos um emprego melhor, uma casa maior, ser feliz, ou qualquer outra coisa, mas não permitimos que as mudanças ocorram. Tememos e resistimos às mudanças externas e internas. Essas resistências são um reflexo de nossos temores para lidar com as mudanças.

Esse medo do novo, do desconhecido, não passa de falta de fé. Quando acreditamos que controlamos as coisas, que dominamos os fatos, temos uma confortável sensação de segurança. Como não podemos controlar algo que não conhecemos, somos tomados pela sensação de impotência.

O medo cria barreiras, muros de proteção, pois cremos que existem ameaças das quais temos que nos proteger, que nos defender. Obviamente, essas barreiras são criadas para proteger a nossa auto-imagem. Mas o medo não está ali zelando por nós, está nos travando. É o grande responsável por todos os nossos conceitos errôneos. Traz com ele o desejo de segurança, e o desejo de segurança traz o seu oposto, a insegurança.

Podemos até ter conhecimento de certos medos imaginários, mas nem sempre temos consciência deles. Não temos consciência dos medos que temos. Costumamos achar que dentro de nós só existem os grandes medos. Mas existem os pequenos medos, que são muitos e geram, de forma sutil, condicionamentos, ansiedade, preocupação, desconfiança, insegurança e tensão. Enquanto nos preocupamos com os grandes medos, esquecemo-nos dos medos menores, daqueles que realmente envenenam o nosso dia-a-dia.

Temos medo da zombaria, do ridiculo, da exposição, da humilhação, da desonra, do embaraço, da retaliação moral ou material, do castigo, da punição, da rejeição. Temos medo do que os outros vão achar, do que os outros vão dizer, do que os outros vão pensar. Vivemos em um permanente e desconfortável estado de alerta, não existindo repouso interno. Temos medo de ser rejeitado, magoado, da crítica, das reclamações, da nossa família, da opinião pública. Temos medo de não obter o que desejamos ou de perder o que possuímos, de perder nossas companhias, de ficar sem a segurança e a satisfação proporcionadas pela posse, de não ser ninguém, de não ter comida ou dinheiro suficientes. Temos medo de não ser um "sucesso", de perder o status social, de ser desprezado ou ridicularizado, de ser dominado por outrem. Temos medo de não chegar a conhecer o amor ou de não ser amado, de perder esposa ou filhos. Temos medo de perder a fé, de nos sentir vazios. Temos medo de viver.

Comece a compreender agora que o mundo em que vive é determinado em grande parte pelo que vai na sua mente. Não permita os pensamentos negativos, derrotistas, maldosos e deprimentes. Não desperdice energias e concentração numa luta inútil contra falsos fantasmas. Aperceba-se de que não pode passar por nada que não exista na sua mentalidade.
FONTE:Natan-Kadan

Medo

O MEDO IMAGINÁRIO

O medo é o maior inimigo do homem. O medo está por trás do fracasso, da doença e das relações humanas desagradáveis. Milhões de pessoas têm medo do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O medo é um pensamento na sua mente. Portanto, do que tem medo é dos seus próprios pensamentos. Os seus temores não têm rosto. Eles são apenas vozes sem palavras. Eles só têm palavras se permitir que influenciem o seu modo de pensar.

Se colocasse uma tábua de 20cm de largura no chão e lhe pedisse para correr em toda a sua extensão, fá-lo-ia tranquilamente. Contudo, se pusesse a mesma tábua entre dois prédios de 15 andares, o seu pensamento reagiria de acordo e teria medo de andar sobre ela.

Todos nós temos medo. O importante é como reagimos a estes temores. Vigie os seus pensamentos. Cada pensamento aceito como verdade é enviado pelo seu consciente ao subconsciente e trazido ao seu mundo exterior como uma realidade.

Medo é uma coisa boa, pois nos protege dos perigos. Os grandes astros sempre sentem medo antes de entrar no palco. O medo é bom em certo sentido. Por isso é natural que sintamos medo, porém, lembre-se que, para tudo na vida, existe sempre uma primeira vez. O primeiro amigo, a primeira namorada, o primeiro emprego, a primeira promoção, etc. É, nesta primeira vez, que construímos o nosso futuro.

Se não fosse a primeira fase do seu estudo, hoje não teria o perfil profissional que tem, e, provavelmente, seria um completo ignorante. Tenho a certeza de que o seu primeiro dia na escola foi um verdadeiro terror, quando saiu de perto da sua mãe. Sentiu medo!

O medo se manifesta no corpo através de sensações como dor na barriga, imobilização, travamento (perna, mente, garganta), tremedeira, calafrios, suores. Provoca mudanças no metabolismo que se manifestam como um estado de alerta.

O estado de alerta é uma reação natural para situações de perigo, mas acaba sendo utilizado para as oscilações que a mente provoca. Esse, sim, é um medo desnecessário e prejudicial, pois passamos muito tempo acionando os mais diversos tipos de alerta imaginários: "Vou ser demitido", "Falhei!", "Estou sendo traído".

Todo desejo traz consigo um medo. Quando desejamos um novo emprego, uma promoção, um amor, surge, com este desejo, o medo de não conseguirmos. A mente começa a criar situações mirabolantes e um turbilhão de idéias negativas.

Das muitas atitudes que podem destruí-lo é a pré-qualificação dos seus projetos. Nunca diga a si próprio: "Estou feito" ou "Vou perder, já existem muitos pontos a meu desfavor". Essa é a melhor maneira de se derrotar antes de começar.

O medo causa sentimentos de opressão, depressão, tristeza, infelicidade e dor. Este sentimento é trazido pelas sensações de perda, exposição, erro, inferioridade, humilhação e vergonha. Quando nos mantemos frequentemente nesse estado de alerta imaginário, acabamos por gerar uma tensão que, com o tempo, se transforma em estresse.

O simples fato de mudarmos de uma moradia, de um emprego ou de um(a) namorado(a), traz consigo o medo imaginário. Será que no local da nova residência vou encontrar um mercado com facilidade? Os vizinhos serão atenciosos e amigáveis? Vou gostar de lá? No caso do emprego, será que ficarei feliz? Foi uma decisão acertada? E com o novo relacionamento amoroso, é a pessoa ideal para mim? Estou tomando a decisão acertada?

Medo imaginário é o movimento fantasioso que a mente faz, na tentativa de impedir que um acontecimento indesejável ocorra. Esta repulsa reforça a lembrança da dor, da punição, da vergonha e da humilhação, procurando evitar que venhamos a sofrer.

O medo imaginário embota a nossa mente e nos impede de agir de forma ousada, de pensar com clareza. Faz a mente distorcer os pensamentos, levando-nos a todos os tipos de crenças absurdas.

O medo do novo, do desconhecido, não existe. O que exista é apenas o apego às coisas conhecidas e o receio de perdê-las, pois o que é conhecido, por mais sofrimento que traga, nos parece seguro e confortável. O medo imaginário nos obriga a fazer sempre as mesmas coisas e, assim, criamos rotinas, hábitos, crenças e dogmas, evitando a aventura de um novo emprego, um novo amor, um novo projeto, deixando de nos abrir ao desconhecido e ao novo.

Nos questionamos muitas vezes que devemos mudar, que merecemos um emprego melhor, uma casa maior, ser feliz, ou qualquer outra coisa, mas não permitimos que as mudanças ocorram. Tememos e resistimos às mudanças externas e internas. Essas resistências são um reflexo de nossos temores para lidar com as mudanças.

Esse medo do novo, do desconhecido, não passa de falta de fé. Quando acreditamos que controlamos as coisas, que dominamos os fatos, temos uma confortável sensação de segurança. Como não podemos controlar algo que não conhecemos, somos tomados pela sensação de impotência.

O medo cria barreiras, muros de proteção, pois cremos que existem ameaças das quais temos que nos proteger, que nos defender. Obviamente, essas barreiras são criadas para proteger a nossa auto-imagem. Mas o medo não está ali zelando por nós, está nos travando. É o grande responsável por todos os nossos conceitos errôneos. Traz com ele o desejo de segurança, e o desejo de segurança traz o seu oposto, a insegurança.

Podemos até ter conhecimento de certos medos imaginários, mas nem sempre temos consciência deles. Não temos consciência dos medos que temos. Costumamos achar que dentro de nós só existem os grandes medos. Mas existem os pequenos medos, que são muitos e geram, de forma sutil, condicionamentos, ansiedade, preocupação, desconfiança, insegurança e tensão. Enquanto nos preocupamos com os grandes medos, esquecemo-nos dos medos menores, daqueles que realmente envenenam o nosso dia-a-dia.

Temos medo da zombaria, do ridiculo, da exposição, da humilhação, da desonra, do embaraço, da retaliação moral ou material, do castigo, da punição, da rejeição. Temos medo do que os outros vão achar, do que os outros vão dizer, do que os outros vão pensar. Vivemos em um permanente e desconfortável estado de alerta, não existindo repouso interno. Temos medo de ser rejeitado, magoado, da crítica, das reclamações, da nossa família, da opinião pública. Temos medo de não obter o que desejamos ou de perder o que possuímos, de perder nossas companhias, de ficar sem a segurança e a satisfação proporcionadas pela posse, de não ser ninguém, de não ter comida ou dinheiro suficientes. Temos medo de não ser um "sucesso", de perder o status social, de ser desprezado ou ridicularizado, de ser dominado por outrem. Temos medo de não chegar a conhecer o amor ou de não ser amado, de perder esposa ou filhos. Temos medo de perder a fé, de nos sentir vazios. Temos medo de viver.

Comece a compreender agora que o mundo em que vive é determinado em grande parte pelo que vai na sua mente. Não permita os pensamentos negativos, derrotistas, maldosos e deprimentes. Não desperdice energias e concentração numa luta inútil contra falsos fantasmas. Aperceba-se de que não pode passar por nada que não exista na sua mentalidade.
FONTE:Natan-Kadan

Comer rápido demais aumenta a ingestão de calorias

Comer rápido demais aumenta a ingestão de calorias

Pesquisadores da Grécia e do Reino Unido concluíram que pessoas que devoram os alimentos rapidamente acabam consumindo mais calorias, do que quando se alimentam num ritmo mais lento. O motivo é o efeito da ingestão mais rápida da comida sobre a liberação de hormônios responsáveis pela sensação de saciedade.

Para realizar o estudo, publicado na revista científica Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, os cientistas reuniram um grupo de pessoas, algumas porções de sorvete e um cronômetro. Os testes mostraram que quando os participantes tomavam o sorvete em 30 minutos, em vez de 15, liberavam mais hormônios que dão sensação de saciedade.

Através da coleta de amostras de sangue e medição da insulina dos participantes antes, durante e depois do consumo de sorvete, os pesquisadores descobriram que dois hormônios, a grelina orexígeno e o PYY, responsáveis por sinalizar a sensação de saciedade do organismo se manifestaram quando os participantes tomaram o sorvete mais devagar.

Como a sensação de saciedade leva a comer menos - como sugeriu outro estudo publicado no Jornal da Associação Dietética Americana-, os participantes, quando comeram o sorvete em mais tempo, consumiram aproximadamente 10% menos calorias.

Em outro estudo, envolvendo 3 mil participantes, publicado no The British Medical Journal, pessoas que diziam comer rapidamente e até se sentirem cheias tiveram risco três vezes maior de estarem acima do peso, em comparação a outras pessoas. (As informações são do Minha Vida, Saúde, Alimentação e Bem-estar)
Fonte: FOLHA DE LONDRINA – PR
FONTE:FOLHA DE LONDRINA – PR

Cura

A cura está no doente, diz médico

27 de janeiro de 2010
Por Luiz De França

Paulo de Tarso Lima, do Hospital Albert Einstein: energia e religião no caminho da cura (Foto: Divulgação)

Não é habitual ouvir um médico respeitável, de uma instituição de saúde modelar, falar sobre o papel da energia do corpo humano e da religião no caminho para a cura. É justamente o caso do cirurgião Paulo de Tarso Lima, coordenador do Departamento de Medicina Integrativa e Complementar do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. A medicina integrativa é uma prática em ascensão. Surgida nos Estados Unidos na década de 1970, une a medicina tradicional oriental, com sua abordagem holísitica, e a ocidental, apoiada na produção científica e na tecnologia. A reunião tem revolucionado a busca pela cura de doenças como o câncer. "A ideia não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença", afirma Lima, que estudou a medicina interativa na Universidade do Arizona (EUA) e cursa o primeiro ano da Barbara Brenner School of Healing, na Flórida, onde a cura é perseguida a partir do estudo da energia humana. O médico é também autor do livroMedicina Integrativa - A Cura pelo Equilíbrio (MG Editores, 139 págs., 32,20 reais). Na entrevista a seguir, ele explica os fundamentos da medicina integrativa e aposta que a prática vai se espraiar por aqui por razões econômicas - por ora, apenas alguns hospitais e somente cinco universidades brasileiros se dedicam ao assunto.

Afinal, o que é medicina integrativa?
É um movimento que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970 e que começou a ser organizado com mais rigor na década de 1980, quando entrou para as faculdades de medicina. Hoje, existem 44 universidades americanas ligadas à pratica, que traz uma visão mais holística da pessoa no seu todo: corpo, mente e espírito. O que buscamos é oferecer uma assistência com informação e terapias que vão além da medicina convencional para ajudá-la a se conectar com a promoção de saúde. Eu não tenho a menor dúvida de que a medicina convencional é extremamente efetiva em se tratando de doença, mas saúde não é apenas ausência de doença.
Que terapias são essas?
Sistemas tradicionais como a medicina chinesa e indiana nos oferecem uma gama de alternativas, como acupuntura, reiki, yoga, entre outras, que trabalham a energia do nosso corpo, estimulando uma reação aos sintomas das doenças. A ideia desse movimento não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença. Isso é uma mudança de paradigma, porque a possibilidade de voltar ao estado saudável não é algo dado à pessoa, mas é algo inato a ela.
Qual a explicação para só agora a medicina integrativa despertar interesse de médicos convencionais?
Há duas razões: a demanda dos pacientes e a produção acadêmica, que cresce a uma velocidade muito alta. Se entendemos como as coisas funcionam, sabemos que é seguro.
Qual a situação da prática no Brasil?
Estamos em uma situação de dualidade. Os alinhados à prática muitas vezes não usam a medicina convencional de maneira integrada, e os convencionais não usam a medicina integrativa. Temos no Brasil um movimento diferente dos Estados Unidos, menos acadêmico, mas que vem crescendo graças a uma portaria de 2006 que autorizou procedimentos de acupuntura, homeopatia, uso de plantas medicinais e fitoterapias no Sistema Único de Saúde (SUS).
E por que a resistência dos médicos convencionais?
Eu não entendo. Estamos falando de energia e não precisamos ir muito longe para provar que energia corporal existe. A partir do momento que temos uma mitocôndria que produz energia dentro de cada célula, e isso é ensinado no primeiro ano de medicina, não há o que discutir. Temos energia no corpo, e pronto. O curioso é que muitos exames hospitalares rotineiros são baseados em mensuração do campo energético do corpo, como a ressonância magnética, o eletroencefalograma e outros mais sofisticados. Mas se você falar para um neurologista sobre a manipulação da energia do corpo, ele pira.
Por quê?
Porque entramos em um outro ponto da discussão sobre a energia humana, que é a interface com a religião. Estamos vivendo em uma nova fronteira em que se tenta entender essa energia, como ela é produzida, como pode ser manipulada e conduzida. E isso tem um impacto importante na questão da espiritualidade. Por isso, se algum paciente meu acha conforto na religião, se ele se sente bem assim, eu o estimulo a praticá-la.
E como se medem os resultados da medicina integrativa?
Começamos a medir os resultados pelas questões econômicas. A Prefeitura de Campinas, em São Paulo, registrou uma redução substancial de uso de analgésico dentro do SUS ao oferecer terapias ligadas à medicina chinesa focadas na questão ósseo-muscular. Além disso, tem uma série de trabalhos acadêmicos ligados à genética provando que a qualidade de vida produz efeitos na expressão genética da doença. E uma nova fase de trabalho investiga se uma gestante, cujo feto apresenta uma expressão genética de determinada doença, pode ajudar seu bebê se tiver uma gestação muito cuidadosa.
Como isso seria possível?
O homem carrega no seu código genético informações de doenças que podem ser a causa de sua morte. Isso já é provado. Só que você pode ter a característica genética da doença e não desenvolvê-la, ou tê-la precocemente. Isso vai depender da qualidade da sua vida. Comer bem, respirar melhor, praticar atividades físicas, lúdicas e contemplativas são fatores muito importantes ligados à qualidade de vida e que vão provocar um impacto no nosso bem-estar e, consequentemente, na resposta do corpo às doenças já estabelecidas e àquelas que estão programadas para acontecer. O Prêmio Nobel do ano passado de Medicina (dividido entre os pesquisadores Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak) mostra que, se há uma importante mudança nutricional e de práticas contemplativas, há uma diminuição da expressão de câncer de próstata em determinados grupos de homens.
As pessoas, em geral, estão mais abertas para as práticas alternativas?
No Brasil, entre 45% e 80% dos pacientes diagnosticadas com câncer utilizam algum tipo terapia "alternativa" em conjunto com o tratamento. Nos Estados Unidos, 13% das crianças e 55% dos adultos saudáveis utilizam tais práticas.
O senhor acredita que essa corrente ganhará espaço no futuro?
Acredito. Não por razões humanitárias, mas por uma questão econômica. Afinal, a forma como a medicina é praticada atualmente implica altos custos. Não posso prever, porém, quanto tempo isso vai demorar, porque o convencimento dos profissionais a respeito do assunto exigirá um longo trabalho.

Karma

Nós sabemos o que seja carma (ou karma)? Por que, parece, que carma virou explicação para todo problema, toda situação triste ou infeliz na vida das pessoas. Mas quem é esse tal de carma? De onde ele vem?
Inicialmente, é importante entender, que não devemos nos prender demais ao conceito de carma (karma, em sanscrito).

Quando se usa o termo carma, há uma conotação de fatalidade, enquanto que a Doutrina enfatiza a possibilidade de minimizar ou até eliminar as ocorrências de sofrimento, mediante uma ação positiva no bem.

carma, meus irmãos, ao invés de ser um castigo como muitos pensam, é sinônimo de reequilíbrio.

E a vida material é a maravilhosa e insubstituível escola que possibilita que aprendamos e tomemos consciência das nossas atitudes erradas nesta e em vidas pretéritas.

Mas como é que o carma aparece? Do nada? Em um passe de mágica? Não! O Princípio do Livre Arbítrio dá ao homem o direito de escolher seus caminhos, de ser o autor de sua história, o construtor do seu destino. Entretanto, o Princípio de Causa e Efeito, Plantação e Colheita, torna o homem refém de seus atos, das suas escolhas.
Nós construímos nosso carma, no exercício do nosso Livre Arbítrio, na escolha de nossas opções. E optar, não é o que sempre estamos fazendo? Ajudo ou prejudico? Cuido da minha saúde ou me vicio em drogas? Sou amigo ou inimigo? Prego a paz ou fico criando intrigas? Elogio ou critico? Trabalho ou fico ocioso? Construo ou quebro? São as nossas escolhas! Nossas decisões!

Nós, meus queridos irmãos, somos os únicos responsáveis pela escolha do nosso caminho. O problema, é que, após a escolha, temos que trilhar pelo caminho escolhido!
Útil, não é necessariamente aquele que quando está na erraticidade, solicita reencarnar como um deficiente, para purgar atitudes equivocadas. Muito mais importante é aquele que procura, quando está encarnado, adquirir condições para, na próxima vez, reencarnar perfeito, para auxiliar, construtivamente, os seus irmãos.
A expiação, muitas vezes, por conta de uma visão distorcida, soa como castigo divino. Mas, nós, espíritas, sabemos e devemos demonstrar pelo exemplo, que as deformidades físicas não estão punindo, mas eliminando as deformidades perispirituais, que causamos anteriormente.

Podemos atenuar, ou mesmo eliminar, as situações cármicas? Sim, por atos de amor.

Cabe a nós demonstrarmos “que o amor cobre uma multidão de pecados”. As pessoas quando enfrentam uma situação difícil, seja ela física, financeira ou psicológica e que não sabem, não conseguem, nem desejam modificá-la, enfrentando- a, costumam dizer:

– Não posso mudar. É meu carma. Eu sou assim! É a anestesia da consciência! É o famoso complexo de Gabriela! Sabem aquela música? Eu nasci assim, eu cresci assim, eu vivi assim… E com isso, tenta esquecer que a sua obrigação é mudar! É progredir!
Dentro desta verdade Divina, não existe o perdão de Deus, pois recebemos segundo o que obrarmos, ou seja, segundo o que fizermos. Deus não nos criou para nos punir! Deus é amor… e o carma não é punição Divina: é conseqüência retificadora.

Considerando que a Lei de Causa e Efeito, é uma Lei Divina, e que as Leis Divinas foram escritas por Deus, conclui-se que: “Na natureza não há prêmios ou castigos. Há conseqüências”!

A falsa noção de carma inflexível, nos conduz a dois grandes erros. Um é que o Espiritismo, prega ou endossa a necessidade da dor; isto não é verdade.
A dor só seria uma necessidade, se o Espiritismo pregasse que todos deveríamos ser um grupo de masoquistas! O que a Doutrina dos Espíritos demonstra com clareza, é a utilidade da dor, quando persistimos no egoísmo, no orgulho, na vaidade e demais defeitos lesivos à comunhão de solidariedade com os semelhantes. A dor não é uma criação Divina. A dor é criação de quem sofre!

O outro erro é a crença de que a Doutrina Espírita aconselha o conformismo diante da “má sorte”; isto também não é correto; o que ela ensina é a resignação, atitude bastante diferente, adequada para nos fazer aceitar sem desespero aquilo que não podemos mudar.
Compreendamos, o carma como espécie de conta corrente das ações que praticamos no Banco deste mundo, onde há séculos caminhamos endividados, cadastrados no SPC da vida, pela constante emissão de cheques sem os necessários fundos de bondade, caridade, amor, etc… Resgatemos nosso débito, limpemos o nosso nome no SPC, emitindo cheques com a devida provisão de fundos e isso é possível, através da prestação de serviços de caridade ao próximo, e estejamos convencidos de que, dessa forma, tanto economizaremos lágrimas, como conquistaremos um bom saldo de felicidade!

“Aquele que muito amou foi perdoado, não aquele que muito sofreu.” O amor é que cobriu, isto é, resgatou a multidão de pecados, não a punição ou o castigo.

Transformar ações, amando, é alterar nosso carma para melhor, atraindo pessoas e situações harmoniosas para junto da gente. É, em última instância, a nossa indispensável e indelegável reforma íntima!

Nós decidimos, nós plantamos e nós colhemos!

Nossa vida é simplesmente o reflexo das nossas ações. Se queremos mais amor no mundo, criemos mais amor no nosso coração.
Se queremos mais tolerância das pessoas, sejamos mais tolerantes.

Se queremos mais alegria no mundo, sejamos mais alegres.

Nossa vida não é uma sucessão de coincidências, de acasos, nossa vida é a simples conseqüência de nós mesmos!!!



Agnaldo Cardoso

TPM

ALIMENTAÇÃO ADEQUADA PODE EVITAR CRISE DA MULHER DEVIDO À TPM



O que deve-se levar em consideração ao escolher o cardápio de um jantar? Sabores exóticos, pratos elaborados, uma boa bebida? Inúmeras receitas podem agradar. Entretanto, de acordo com a ginecologista Mara Diegoli, do Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, dependendo do dia que o jantar estiver marcado, o paladar não deve ser o único fator levado em conta. Especialista no assunto Tensão Pré-Menstrual, a doutora adverte que uma alimentação adequada pode fazer a diferença e evitar uma futura “explosão” da mulher.
De acordo com ela, o início da TPM varia de pessoa para pessoa, podendo ocorrer até 15 dias antes da menstruação. Normalmente, porém, os sintomas importantes vão se tornando mais intensos com o passar dos dias e o auge é a véspera da menstruação. “É comum a mulher ‘explodir’ um dia antes de menstruar, ficar descompensada”, observa, citando agressividade, irritabilidade, ansiedade, tensão, depressão, choro fácil, dor de cabeça e dores generalizadas no corpo como os principais sintomas.
A médica lembra que apenas recentemente foi verificado que os hormônios femininos interferem no nível de serotonina (substância responsável pelo humor), provocando muitos efeitos psíquicos da tensão pré-menstrual. “Durante muito tempo, a TPM foi considerada ‘frescura’ de mulher”, reforça, informando que, no estágio leve de tensão, medidas simples como mudança na alimentação podem melhorar bastante os sintomas.
O chocolate costuma diminuir a irritabilidade e a ansiedade da mulher. Entretanto, quando ingerido em grande quantidade tende a permanecer no organismo gerando aumento de peso. “A orientação é a de consumir em pequena quantidade, ou trocar por alguma fruta mais adocicada como morango, manga e banana”, cita.
Diminuir a quantidade de produtos que contenham cafeína (especialmente à noite) e sal pode ajudar a combater a TPM. “A cafeína é usada pela mulher para diminuir a tensão, mas, por outro lado, aumenta a insônia, que é muito frequente e incômoda na TPM”. Já o sal deve ser evitado porque nos dias que antecedem a menstruação é comum a mulher reter líquido e ficar inchada.
A bebida alcoólica também merece cuidado especial, nessa época. “A autoestima da mulher fica mais fragilizada durante a TPM e o álcool não deve servir como válvula de escape. Se a pessoa beber, deve ser apenas uma dose”.
A doutora destaca que 75% das mulheres podem ter diferentes tipos de sintomas, mas só 30% precisam de acompanhamento especializado e apenas 8% necessitam de medicamento. Segundo ela, a maior parte dos problemas ocorre quando o período de TPM coincide com situações de estresse. “No ambiente de trabalho, por exemplo, irritabilidade e agressividade são importantes causas que levam a demissões de mulheres. Já a dor de cabeça e a depressão são grandes responsáveis pela abstinência (falta) ao trabalho”, aponta.
Em algumas mulheres, a ocorrência de dor de cabeça pode vir um dia antes ou até nos dois primeiros dias da menstruação. “A intensidade é variável, mas tende a ser mais forte nas pacientes que sofrem de enxaqueca”, alerta a doutora Mara Diegoli.
Dr.Luciano Stancka

Tai Chi pode ajudar a reduzir dor de osteoartrite de joelho em idosos

Tai Chi pode ajudar a reduzir dor de osteoartrite de joelho em idosos

Autora: Dr. Laurie Barclay

Exercícios de Tai Chi podem ajudar a reduzir a dor da osteoartrite de joelho em idosos, de acordo com os resultados de um ensaio clínico randomizado, controlado, prospectivo, com mascaramento simples, publicado na revista Arthritis Care & Research.

Esta disciplina física é um estilo tradicional de artes marciais chinesas utilizando movimentos lentos e rítmicos para promover relaxamento mental e melhorar o equilíbrio, a força e a flexibilidade.

“Tai Chi é uma abordagem mente-corpo que parece ser um tratamento cabível para idosos com osteoartrite de joelho”, declarou o autor principal, Chenchen Wang, médico e MSc, da Tufts University School of Medicine em Boston, Massachusetts, em uma assessoria de imprensa.

"Nossas observações enfatizam uma necessidade de avaliar melhor os mecanismos biológicos e as abordagens do Tai Chi para estender seus benefícios a uma população mais ampla".

A amostra do estudo consistia em 40 pacientes da grande área de Boston que apresentavam osteoartrite de joelho confirmada e sintomática, mas que, apesar disto, estavam em boas condições de saúde.

A idade média foi 65 anos e o índice de massa corpórea médio foi de 30,0 kg/m2. Os pacientes foram alocados, aleatoriamente, em um grupo que recebeu Tai Chi ou em um grupo controle de atenção, e ambos tinham sessões duas vezes por semana, por 12 semanas. A análise foi por intenção de tratamento e as avaliações foram realizadas nas semanas 12, 24 e 48.

A intervenção por Tai Chi consistia em sessões de 60 minutos de duração no estilo Yang, cada uma incluindo 10 minutos de auto-massagem e de uma revisão dos princípios do Tai Chi, 30 minutos de movimentos de Tai Chi, 10 minutos de técnicas de respiração e 10 minutos de relaxamento.

O grupo controle de atenção também possuía sessões de 60 minutos, cada uma consistindo em 40 minutos de informações sobre osteoartrite, recomendações dietéticas e nutricionais e tratamentos adequados para a condição, ou educação sobre saúde física e mental.

Isto era seguido por 20 minutos de exercícios de alongamento da parte superior, do tronco e da parte inferior do corpo, com cada movimento sendo mantido por 10 a 15 segundos.

Após 12 semanas completas de intervenção, a dor no joelho foi, significativamente, menor no grupo do Tai Chi do que no controle, com uma diferença de –118,80 no aprimoramento, a partir da pontuação inicial na escala de dor do Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC) intervalo de confiança de 95%, –183,66 a –53,94; p = 0,0005.

Desfechos secundários de função motora, auto-suficiência, depressão e de estado de saúde para a osteoartrite de joelho também foram, significativamente, melhores no grupo do Tai Chi do que no controle. Não foram observados eventos adversos graves.

As limitações deste estudo incluem casos mais graves de osteoartrite de joelho no grupo controle de atenção, possíveis fatores de confusão não identificados, tamanho, relativamente, pequeno da amostra, mascaramento incompleto e capacidade limitada de generalização, pois as instruções eram dadas por um único mestre de Tai Chi.

“Tai Chi reduz a dor e melhora a função motora, a auto-suficiência, a depressão e a qualidade de vida relacionada com saúde”, escrevem os autores do estudo.

Eles observaram, também, que os componentes físicos do Tai Chi estão de acordo com as recomendações atuais de exercícios para osteoartrite, incluindo a amplitude de movimento e a flexibilidade, o condicionamento muscular e o treinamento aeróbico.

Além disso, eles sugerem que a disciplina mental do Tai Chi pode minimizar efeitos negativos da dor crônica ao melhorar o bem estar psicológico, a satisfação com a vida e as percepções de saúde.


O National Center for Complementary and Alternative Medicine do National Institutes of Health forneceu apoio a este estudo, mas a conclusões são oriundas exclusivamente dos pesquisadores. Os autores do estudo não declararam relações financeiras relevantes.

Arthr Care Res. 2009;61:1545-1553
FONTE:Autora: Dr. Laurie Barclay

Importante

Dez coisas que levei anos para aprender...
Luís Fernando Veríssimo

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom ou empregado, não pode ser uma boa pessoa. (Esta é muito importante. Preste atenção, nunca falha).


2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas. (Está cheio de gente querendo te convencer!).

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance. (Na maioria das vezes quem está te olhando também não sabe! Ta valendo!).

4.. A força mais destrutiva do universo é a fofoca. (Deus deu 24 horas em cada dia para cada um cuidar da sua vida e tem gente que insiste em fazer hora-extra!).

5. Não confunda sua carreira com sua vida. (Aprenda a fazer escolhas: trabalho é trabalho , vida pessoal é vida pessoal !).

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite. (Quem escreveu deve ter conhecimento de causa!).

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria 'reuniões'. (Onde ninguém se entende.....)

8. Há uma linha muito tênue entre 'hobby' e 'doença mental'. (Ouvir música é hobby... No volume máximo às sete da manhã pode ser doença mental!).

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito


(Que bom!)

10. Lembre-se: nem sempre os profissionais são os melhores. Um amador construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic. (É Verdade!).

Uma última, mas não menos sábia.
'Guardar ressentimentos é como tomar veneno e esperar que outra pessoa morra.'
William Shakespeare

Mente

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.

Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:

Nosso cérebro é extremamente otimizado.

Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.

Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.

Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar
conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.


É quando você se sente mais vivo.

Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e "apagando" as experiências duplicadas.
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.

Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece?
Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência).

Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo.

Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.
Dr.Luciano Stancka

DOENÇA DO BEIJO” PODE ATRAPALHAR FOLIÕES

DOENÇA DO BEIJO” PODE ATRAPALHAR FOLIÕES



Transmitida principalmente através da saliva, a mononucleose é uma virose comum entre adolescentes e jovens adultos

Para a maioria das pessoas, o Carnaval é o feriado para cair na folia e curtir festas até o corpo suplicar por descanso. Nesse clima alegre e descontraído, rola muita paquera e beijo na boca. Mas é preciso cuidado: o beijo pode transmitir uma doença chamada mononucleose infecciosa, popularmente conhecida comodoença do beijo, que pode levar à meningite, anemia hemolítica e outras enfermidades.
Causada pelo vírus Epstein-Barr, a mononucleose é altamente contagiosa e pode ser transmitida pela saliva, além de por transfusão de sangue e contato sexual. Atinge qualquer faixa etária, mas é mais comum entre adolescentes e jovens adultos. De acordo com a Dra. Isabela Baraúna, infectologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica/DASA, alguns cuidados pessoais podem evitar a contaminação. “Os principais fatores para a proliferação da mononucleose são as más condições de higiene pessoal e a grande concentração de pessoas em um pequeno espaço, que propicia aglomeração e facilita a dispersão do vírus”, explica.
A doença causa febre, dor de garganta, mal estar, fadiga, aumento de gânglios (com dores), de fígado e baço. Os sintomas duram em média três semanas e cerca de 10% dos casos apresentam erupção cutânea, deixando a pele avermelhada e com aspecto de lixa. Os pacientes devem procurar o serviço médico, que fará o correto diagnóstico da doença, que não deve ser tratada com antibióticos. “A mononucleose é uma virose e esses remédios não têm indicação no tratamento. Só estão indicados quando a doença se complica em algum processo bacteriano”, alerta a médica.
Outros fatores que facilitam a proliferação da doença é que o período de incubação do vírus poder chegar a até 30 dias, não existe tratamento específico e a prevenção é complicada. “Até o momento, não existe nenhuma vacina. Geralmente, a virose não é fatal, mas podem ocorrer complicações como meningite, encefalite, anemia hemolítica e, em casos mais graves, ruptura do baço”, afirma a infectologista.
O diagnóstico nem sempre é fácil porque outras viroses também apresentam quadro clínico semelhante. No momento da análise, o médico tem que se basear na história epidemiológica, quadro clínico e em exames complementares sugestivos. “Exames laboratoriais podem apresentar presença de linfócitos atípicos e orientar ao médico”, explica a Dra. Isabela Baraúna. Quanto a testes específicos para mononucleose, existem as pesquisas de anticorpos heterófilos (monoteste), que podem apresentar resultados falso-positivos e falso-negativos (na presença de outras patologias), e a sorologia para pesquisa de anticorpos IgG e IgM para Epstein-Barr.
Esse último apresenta maior sensibilidade e especificidade, podendo indicar a presença de doença ativa ou passada. “Atualmente, já está disponível a pesquisa do próprio vírus pela técnica de PCR em alguns materiais, como sangue e secreções respiratórias, o que possibilita um diagnóstico mais específico”, finaliza a infectologista.

Dr.Luciano Stancka

Estresse pode acentuar a dor no pescoço

Estresse pode acentuar a dor no pescoço


A dor no pescoço é vice-campeã de reclamações nos locais de trabalho. A campeã é a dor nas costas. De acordo com o ortopedista Gilberto Anauate, a dor no pescoço não é causada apenas pela má postura, podendo ser um problema emocional. \"O estresse pode ser o grande vilão da cervicalgia em grande parte dos casos\", atesta. Os músculos localizados atrás do pescoço têm de estar sempre tensos para suportar a parte de cima do corpo. Quando eles trabalham além da conta, sofrendo contrações constantes de fundo nervoso, a dor é inevitável. Inclusive, pode ser irradiada para os ombros ou, ainda, resultar em dor de cabeça.

O especialista afirma que, por apresentar grande mobilidade em relação ao restante da coluna, a região cervical está mais sujeita às dores e contraturas musculares devido à friagem e, principalmente, episódios de alta tensão psicológica. A cada dia surgem recursos terapêuticos que podem amenizar o problema. O paciente pode ser orientado a seguir um tratamento à base de antiinflamatórios e relaxantes musculares, ou mesmo a buscar terapias complementares, como a acupuntura. O ideal é que seja feita uma investigação personalizada. De acordo com Anauate, ninguém pode se acostumar com a dor. Se ela começar a irradiar para os braços, ou se o paciente começar a sentir \"pinçadas\" no pescoço, é necessário uma investigação diagnóstica mais detalhada. Abaixo, sete dicas para driblar a dor no pescoço.

1. Nos dias frios, agasalhe-se bem e evite tomar friagem.

2. Quem trabalha o dia inteiro diante do computador deve fazer pausas para movimentar ombros e pescoço lentamente, por alguns minutos, a cada duas horas. Esse hábito alivia a tensão que normalmente se acumula ao longo do dia;

3. Quem passa horas no trânsito não pode descuidar do pescoço. Além do cinto de segurança, é importante contar com um encosto de cabeça devidamente ajustado ao corpo, mantendo os braços esticados e as mãos firmes no volante.

4. Massagens suaves com óleos aromáticos ou antiinflamatórios em gel ou creme também contribuem para aliviar a dor.

5. Donas-de-casa devem se acostumar com novos hábitos na hora de se abaixar ou suspender objetos. É importante usar mais a força das pernas para abaixar ou se levantar.

6. É importante praticar regularmente atividades de relaxamento para a mente e o corpo. Isso inclui terapias alternativas, hobbies ou, simplesmente, mais horas de descanso.

7. Usar travesseiro é indicado. A escolha deve recair sobre um modelo que não seja nem muito fino, nem muito grosso. O ideal é dormir de lado e escolher um travesseiro que se encaixe muito bem entre a extremidade do ombro e o início do pescoço.
Fonte: O ESTADO DO PARANÁ – PR
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Rita Maria da Silva Silva


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--- Em dom, 29/8/10, stancka@uol.com.br escreveu:


De: stancka@uol.com.br
Assunto: Clipping de Notícias
Para: rite1960@yahoo.com.br
Data: Domingo, 29 de Agosto de 2010, 12:24


Cigarro e sedentarismo aumenta enxaqueca
29-08-2010


Os jovens são mais propensos a sofrerem crises de enxaqueca e a terem dores de cabeça crônicas quando estão acima do peso, fumam e se exercitam muito pouco, segundo pesquisa publicada na edição da revista médica Neurology. Avaliando mais de 6 mil estudantes noruegueses com idades entre 13 e 18 anos, os pesquisadores descobriram que aqueles que apresentam, ao mesmo tempo, esses três fatores negativos têm três vezes mais chances de sofrerem dores de cabeça frequentes.

As análises indicaram que um em cada cinco adolescentes era fumante, 16% estavam acima do peso ideal e 31% se exercitavam menos de duas vezes por semana. Além disso, mais de um terço das garotas e um quinto dos meninos relataram dores de cabeça recorrentes no ano anterior à entrevista da pesquisa. Avaliando as relações desses fatores do estilo de vida com a ocorrência de cefaleias, os pesquisadores notaram que mais da metade dos jovens sedentários, gordinhos e fumantes sofriam frequentes dores e cabeça, comparado com apenas um quarto dos que não tinham essas características.

De acordo com os autores, ainda não ficou claro se esses fatores do estilo de vida provocaram as dores de cabeça ou se eles agem mais como desencadeadores em jovens já vulneráveis ou geneticamente predispostos. De acordo com o neurologista Andrew D. Hershey, um dos coordenadores do estudo, crianças com enxaquecas tendem a ter pais que já sofriam com o problema. As influências ambientais entram em jogo fazendo com que a incidência das dores de cabeça seja mais frequente.

Baseados nos resultados, os especialistas destacam a importância do aconselhamento desses pacientes em relação às mudanças no estilo de vida. Entre as melhorias recomendadas, estão a de comer refeições regulares e balanceadas, dormir bem, manter-se hidratado com bebidas sem cafeína e fazer exercícios pelo menos quatro vezes por semana.
Enxaqueca é problema sério

A enxaqueca é muito mais que uma dor. É um grande mal estar, dando a sensação de que a cabeça está enorme, pulsando, martelando ou que o cérebro está sendo pressionado num ritmo enlouquecedor. Porém, a enxaqueca merece atenção especial, pois não causa só desconforto. Suas consequências podem ser muito mais sérias, como apontou um estudo da Universidade norte-americana Yeshiva, de Nova York.

Através da avaliação de 10 mil pessoas, os pesquisadores descobriram que os pacientes que sofriam de enxaqueca crônica tinham duas vezes mais chances de ter infarto, derrames e aumento de problemas cardiovasculares. Além disso, esse grupo tem 50% mais chances de desenvolver diabetes, hipertensão e colesterol alto.

A doença pode ser desencadeada por diversos fatores. Alguns alimentos, como queijos amarelos, chocolate, café, embutidos, frituras e bebidas alcoólicas, podem desencadear uma crise. Entretanto, a enxaqueca também está associada ao estresse, à alterações hormonais, aos distúrbios do sono, ao esforço físico, ao consumo de remédios, entre outros. Porém, o conhecimento exato a respeito dos mecanismos que causam a enfermidade ainda é obscuro.
Fonte: O ESTADO DO PARANÁ – PR

sábado, 28 de agosto de 2010

SONO

Ir para a cama cedo ajuda a evitar a depressão. Essa é a descoberta de cientistas da Universidade Colúmbia, nos Estados Unidos. O grupo de pesquisadores descobriu que a depressão é 24% mais comum em adolescentes que têm permissão para ir para a cama tarde que em jovens cujos pais exigem que se recolham mais cedo. O estudo mostra que os voluntários que se deitavam muito tarde dormiam, em média, sete horas e meia por noite; os que se recolhiam mais cedo, oito horas e dez minutos, em média. Os pesquisadores interpretavam “horário de dormir imposto pelos pais” como o oposto de “contar horas de sono”, para descartar a possibilidade de que a depressão estava fazendo alguns jovens dormir menos, e não o contrário.


Um trabalho anterior sustenta a ideia de que poucas horas de sono podem levar à depressão. Uma pesquisa da Universidade de Londres mostrou que crianças que sofrem de insônia estão mais sujeitas a desenvolver o transtorno na adolescência. E outro estudo, sobre o risco do transtorno hereditário em jovens, agora na Universidade de Pittsburgh, mostrou que o indicador biológico de recuperação, isto é, não sofrer de depressão, era o sono adequado. Embora seja improvável que dormir pouco seja o único responsável pela falta de ânimo dos adolescentes, aqueles com predisposição genética ou ambiental para a falta de sono podem apresentar risco maior.

Experimentos realizados no Centro Médico Walter Reed do Exército e na Universidade da Califórnia em Berkeley, ambos nos Estados Unidos estão começando a esclarecer essa relação. Durante ressonâncias magnéticas, pessoas saudáveis mas com privação de sono apresentam aumento de atividade na amígdala, órgão cerebral envolvido no processamento das emoções, e redução de atividade no córtex pré-frontal – as mesmas alterações observadas em pessoas deprimidas. Em um dos estudos do Centro Médico Walter Reed do Exército, ao se defrontar com imagens perturbadoras os participantes começaram a apresentar sintomas de depressão e os voluntários de Berkeley se mostraram mais estressados que os participantes descansados.

O psicólogo William D. Scott Killgore, da Escola de Medicina de Harvard, do Hospital McLean e coautor da pesquisa do Exército, observa que todos esses efeitos neurobiológicos podem atingir os jovens de forma intensa. “Como os adolescentes sofrem muitas pressões na vida cotidiana ─ cada vez mais complicada ─, eles precisam de mais horas de sono que crianças ou adultos; assim, não dormir direito pode se transformar em um problema.”

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Água

Aquele antigo truque de beber dois copos de água antes das refeições ganhou comprovação científica.
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Uma pesquisa realizada pela Universidade Virginia Tech (EUA) por três meses mostrou que as pessoas ingerindo o liquido antes das refeições perderam 7,5 quilos, enquanto os adeptos de uma dieta de baixa caloria conseguiram eliminar "apenas" 5,5 quilos.

O estudo sugere que a água pode ajudar a reduzir as calorias ingeridas por preencher o estômago, fazendo o indivíduo se sentir mais satisfeito, ou tornado menos provável a opção por tomar bebidas açucaradas durante as refeições.
Fonte:www.yahoo.com.br

Prostata

Prevenção do câncer de próstata


reduzir / aumentar

O câncer de próstata é uma doença desconcertante. O paradigma de diagnóstico precoce e tratamento imediato, válido para os demais tumores malignos, está sendo questionado para um número significante dos que recebem o diagnóstico da doença.

Quando comecei a carreira nos anos 1970, câncer de próstata era uma doença relativamente rara, característica de homens idosos, portadores de outros problemas de saúde geralmente mais graves. O diagnóstico só era feito quando surgia dificuldade para urinar, obstrução urinária, sangramento, dores na região ou os sintomas das metástases ósseas, complicações tardias, típicas dos tumores avançados localmente e daqueles que já se disseminaram pelo esqueleto.

O tratamento se limitava à retirada dos testículos para bloquear a produção de testosterona e à administração de hormônios femininos. Boa parte dos pacientes entrava em remissões prolongadas enquanto outros não sobreviviam à progressão da enfermidade.

A partir dos anos 1990, o emprego do toque retal rotineiro e de um exame de sangue, o PSA, como teste de triagem, levou à indicação de biópsias de próstata capazes de identificar tumores iniciais em homens completamente assintomáticos.

O diagnóstico precoce permitiu que os cirurgiões aprimorassem as técnicas para a retirada radical da próstata e possibilitou o desenvolvimento de métodos modernos de radioterapia, nos quais os raios incidem diretamente sobre o órgão com o mínimo de “escape” para os tecidos vizinhos.

Infelizmente, esses avanços tiveram um preço: as complicações do tratamento. Em cerca de 50% dos casos surge impotência sexual; incontinência urinária em 5% a 10%; cistites e efeitos tóxicos da ação da radioterapia sobre o reto (diarreia, sangramento retal e inflamações crônicas) em 5%a 20%.

Os benefícios coletivos da aplicação desses métodos de triagem (PSA e toque retal) têm provocado discussões acaloradas entre os especialistas, depois que alguns estudos americanos e europeus demonstraram que perseguir o diagnóstico precoce tem pequeno impacto na redução da mortalidade. Na melhor das hipóteses seria capaz de evitar uma morte para cada 48 pacientes tratados, num período de 10 anos.

A história natural da doença costuma ser tão lenta que na maioria dos casos nos quais o tumor é identificado depois dos 60 anos, não haveria necessidade de tratamento imediato, porque os pacientes morreriam precocemente por outras causas ou conviveriam em equilíbrio com o tumor, sem manifestações que lhes prejudicasse a qualidade de vida.

O que complica essa equação é que alguns homens desenvolvem tumores muito agressivos, que se disseminam rapidamente.

Nos últimos anos surgiram modelos que levam em conta a idade, os valores do PSA, as características das células malignas e a área da próstata invadida por elas, entre outros parâmetros, para identificar o grupo que teria a vida salva graças ao tratamento precoce e radical.

Embora útil, a aplicação prática desses modelos está distante do rigor matemático. Há tumores classificados como de baixo risco que se disseminam, enquanto outros de risco elevado evoluem sem complicações.

Como devemos nos comportar? Continuamos a fazer os exames preventivos ou deixamos de lado os toques retais e o PSA?

Há duas maneiras de raciocinar. Uma é a do administrador: vale a pena alocar recursos para exames, biópsias, cirurgias e radioterapia para o tratamento de 48 pacientes com a finalidade de salvar a vida de apenas um, em dez anos? Se esse dinheiro fosse investido em outras áreas da saúde pública não haveria benefício maior para a população?

A segunda é a perspectiva individual. Se eu tivesse convicção de que não sou justamente aquele que vai morrer entre os 48 tratados, juro que não faria mais exames. Enquanto a medicina não me der essa certeza, continuo repetindo o PSA e o toque retal todos os anos
Dr.Drauzio Varella

HIV

A transmissão do HIV está longe de ser um acontecimento relâmpago. O intervalo de tempo necessário para que o vírus recém-transmitido consiga estabelecer um foco no organismo, a partir do qual a infecção se tornará crônica, é suficientemente longo para proporcionar a oportunidade de combatê-lo com antivirais capazes de destruí-lo.

A chamada profilaxia pós-exposição nasceu no início dos anos 1990, época em que contávamos apenas com o AZT e mais dois ou três antivirais. As primeiras tentativas foram realizadas em médicos, enfermeiros e técnicos de laboratório acidentalmente feridos por agulhas, ou que entraram em contato íntimo com líquidos corpóreos infectados.

Em 1997, um pequeno estudo demonstrou que a administração de AZT, nesses casos, reduzia em 81% a probabilidade de transmissão do vírus. Apesar das limitações científicas desse estudo, a profilaxia medicamentosa da infecção pelo HIV tornou-se procedimento aceito por todos. A partir de 1996, com o aparecimento dos novos antivirais ela ganhou mais eficácia e indicação nas seguintes situações:

1 – Exposição ocupacional

Os índices de transmissão por meio de picadas com agulhas infectadas são baixos: em média 0,3%. Nos contatos acidentais de líquidos corpóreos infectados com as mucosas dos olhos e da boca ou com a pele ferida do profissional, mais baixos ainda: em média 0,09%.

Alguns fatores, no entanto, aumentam o risco: Aids avançada no paciente-fonte da infecção, agulhas que foram utilizadas como cânulas de veias no paciente-fonte, ferimentos profundos e a presença de sangue visível no instrumento.

A maioria dos clínicos usa como critério para indicar a profilaxia, o aparecimento de sangue no local da picada acidental.

2 – Exposição não-ocupacional

O risco de transmissão do HIV varia com a natureza da exposição: de 1% a 30% nas relações anais receptivas, de 0,1% a 10 % nas relações anais insertivas e nas vaginais receptivas, de 0,1% a 1% nas vaginas insertivas. Embora haja descrições de infecção pelo HIV em pessoas que praticaram apenas sexo oral, o risco desse tipo de prática é bem mais baixo.

A probabilidade de transmissão varia com a presença ou ausência de doenças venéreas, ulcerações genitais (herpes, sífilis), circuncisão, displasia anal ou do colo uterino, com a virulência e com a concentração do vírus (carga viral) presente nas secreções sexuais.

A probabilidade de adquirir HIV ao compartilhar seringas e agulhas contaminadas é bem mais alta: 0,67% em cada injeção.

As características do paciente-fonte são fundamentais para definir a necessidade de profilaxia.

Na exposição ocupacional é mais fácil, porque o paciente-fonte pode ser testado rapidamente, por meio dos testes Elisa de alta sensibilidade. Resultado negativo afasta a necessidade de profilaxia. Se, por qualquer motivo, houver demora para obter o resultado, a profilaxia deve ser iniciada até que o mesmo se torne disponível.

Nos casos de exposição sexual ou ao compartilhar seringas e agulhas em que a condição do paciente-fonte for desconhecida, a profilaxia costuma ser indicada nas situações em que existir maior risco: homens que fazem sexo com outros homens ou com homens e mulheres, pessoas que fazem uso comercial do sexo, que fizeram sexo com usuários de drogas ilícitas intravenosas, ex-presidiários, estupradores, habitantes de países nos quais os índices de prevalência do HIV sejam superiores a 1% da população, e naqueles que tiveram contato sexual desprotegido com membros desses grupos.

Quanto mais rapidamente for administrada a profilaxia, melhor será o resultado. Dados experimentais indicam que os índices de infecção são mais baixos quando ela é iniciada nas primeiras 36 horas. Um estudo mostrou que filhos de mães infectadas apresentam menor chance de contrair o HIV quando tratados nas primeiras 48 horas depois do parto.

O esquema de tratamento precisa conter pelo menos duas drogas, mantidas por um período de 28 dias.

Dr.Drauzio VARELLA

Enxaqueca

A enxaqueca é uma condição cerebral crônica caracterizada por crises de dor de cabeça pulsátil, de média ou forte intensidade, eventualmente associada a náuseas, vômitos, fotofobia e intolerância aos ruídos (fonofobia).

Em cerca de um terço dos casos, as crises são acompanhadas por sintomas neurológicos, geralmente visuais, conhecidos como auras.

O distúrbio ocorre em pessoas geneticamente suscetíveis. A Organização Mundial da Saúde calcula que no mundo existam 324 milhões habitantes nessas condições.

As crises são mais frequentes e mais intensas no sexo feminino. O risco de ocorrerem durante a vida é de 43% nas mulheres e de 18% nos homens. Ao redor de 25% dos pacientes apresentam mais de 3 dias de cefaléia por mês.

Os sintomas costumam instalar-se na adolescência ou no início da vida adulta. Embora os ataques sejam autolimitados, os portadores de enxaqueca correm risco mais alto de complicações vasculares, como derrames cerebrais e pré-eclâmpsia.

As causas da enxaqueca não estão completamente claras. A teoria mais aceita é a de que terminações nervosas sensitivas que inervam os vasos das meninges (membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal) liberam substâncias que provocam dilatações das artérias meníngeas, acompanhadas de inflamação e extravasamento de proteínas.

Esses eventos acabam por ativar os neurônios de diversos centros cerebrais, causando a dor e as alterações neurológicas características do quadro. As náuseas e os vômitos surgem como consequência da estimulação do sistema nervoso autônomo. A sensibilidade à luz, aos odores e aos sons resulta de anormalidades nos neurônios que modulam as informações sensórias.

Muitas vezes, os episódios podem ser controlados com analgésicos comuns (entre eles o ácido acetilsalecílico), eventualmente associados à ergotamina, à cafeína e à metoclopramida (antiemético).

O tratamento dos casos que respondem mal a essas medidas deve ser feito com uma classe de drogas que recebe o nome de triptanos. Existem sete delas disponíveis no mercado. Entre as vantagens estão a baixa incidência de efeitos colaterais e o mecanismo mais específico de ação.

A resposta ao tratamento é mais eficaz, quando é iniciado logo que surgem os primeiros sintomas. O efeito começa depois de 20 a 60 minutos, dependendo do triptano escolhido.

A maioria deles pode ser administrada novamente depois de 2 a 4 horas, se houver necessidade. Aproximadamente um em cada três pacientes não responde ao triptano prescrito. Nessas situações vale a pena substituí-lo por outro triptano ou associá-lo a antieméticos e anti-inflamatórios.

Os triptanos são contraindicados em portadores de hipertensão não controlada, de insuficiência hepática ou renal ou de doença coronariana. Seu uso na gravidez deve ser avaliado com critério nas mulheres que não respondem a outros tratamentos, porque embora não provoquem defeitos genéticos graves, não é possível excluir a possibilidade de malformações menos aparentes.

Da mesma forma que outras drogas empregadas no tratamento das enxaquecas agudas, a administração frequente de triptanos está associada ao desenvolvimento da chamada cefaléia por uso excessivo de medicamentos, na qual o abuso de analgésicos leva a um ciclo vicioso. Por essa razão, o ideal é que os triptanos tenham seu uso limitado à média de dois dias por semana.

Os principais efeitos colaterais são formigamentos nas mãos e pés, endurecimento transitório do pescoço e sensação de opressão no peito não associada às coronárias.

De acordo com o Colégio Americano de Médicos, o tratamento de primeira linha das enxaquecas é anti-inflamatório associado a antiemético, quando há náuseas; os triptanos são indicados apenas quando não houver resposta.

Já a Federação Européia de Sociedades Neurológicas recomenda triptanos ou anti-inflamatórios como primeira escolha.

Dr.Drauzio Varella

Braille

Louis Braille chora
Markiano Charan Filho - 04/03/2010


No mês de setembro, durante o seminário sobre os 200 anos de nascimento de Louis Braille, em Brasília, DF, foram muitos os protestos e reclamos de pessoas e entidades à decisão do Ministério da Educação (MEC) de, a partir deste ano, o Programa Nacional do Livro Didático em Braille, do Fundo Na cional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), não imprimir mais livros didáticos em braille, material indispensável para estudantes cegos e com visão subnormal.

Várias vozes se levantaram, mas não houve, por parte do Governo Federal, uma explicação convincente. Contudo, quaisquer que sejam as razões, elas podem ser consideradas inadequadas. Porque, lembrando Louis Braille, “sem livros, os cegos não podem realmente aprender”. Quando afirmou isso, ele estava absolutamente certo, pois a leitura é um meio dos mais eficazes de se adquirir conhecimento e se desenvolver espírito crítico.

As comemorações e homenagens a esse grande gênio perdem seu brilho. De que valem se seu invento não está atingindo o objetivo principal? Não se quer aqui desqualificar o que se fez para reverenciar sua memória. Afinal, sua invenção merece todas as glórias possíveis. Entretanto, todos nós, cidadãos conscientes, e principalmente o poder público, devemos reverência a Louis Braille por meio de ações práticas, que levem seu sistema de leitura e escrita ao alcance das pessoas cegas.

Se Braille estivesse vivo certamente choraria diante dessa triste realidade, apesar das condições tecnológicas atuais permitirem e facilitarem a impressão em braille.

É preciso que as autoridades brasileiras tomem medidas urgentes, para que se retome a produção do livro didático, um produto de primeira necessidade, que faz parte da cesta básica do deficiente visual. Se não podem fazê-lo por meio de seus próprios órgãos, que o façam por meio de entidades capacitadas para isso.

Somente quando o livro didático voltar às mãos dos cegos brasileiros será possível afirmar que se caminha para tornar reais as ideias iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade.

Markiano Charan Filho é diretor-presidente da Associação de Deficientes Visuais e Amigos (Adeva).

Crianças

Criança chata para comer é um sufoco: tira a paciência dos pais a ponto de transformar a hora das refeições num martírio. Elas fazem escândalo, fecham a boca, sujam a cozinha toda, cansando a si mesmas e mais quem estiver por perto. Comer fora então é uma sessão. A má notícia: isso é normal e, dificilmente, você vai escapar deste drama. E o lado bom da história: tem como resolver antes que seus cabelos fiquem todos brancos ou você fique careca. Para ajudar você nessa missão, fomos atrás de duas especialistas cheias de dicas para lá de eficazes. A nutricionista Roberta Stella e a psicóloga Adriana Araújo, que ensinam como abrir o apetite do seu pequeno.
Alimentação infantil - Foto: Getty Images

Horários regrados: se o almoço na sua casa é ao meio-dia, nem pense em dar uma mamadeira para a criança perto desse horário. Claro que o apetite vai sumir. As refeições realizadas junto à família incentivam a criança a comer e despertam o apetite dela para alimentos diferentes. Por isso, é importante incluir sempre sabores novos no cardápio e experimentá-los na companhia do seu filho. Nessa hora, você aproveita para mostrar como existe uma infinidade de opções para substituir a dupla bife e batata-frita, como os peixes, que são uma opção saudável de proteína e rica em nutrientes.

Prato do tamanho certo: durante o crescimento do bebê, é normal observar mudanças na quantidade de alimentos ingerida. No primeiro ano de vida, a criança apresenta um rápido desenvolvimento. Após completar um ano, a velocidade de crescimento diminui e, consequentemente, a quantidade de alimentos ingerida tende a ser menor. Por isso, não vale ficar preocupada se seu filho começa a ingerir menos alimentos do que você espera. O melhor mesmo é manter um acompanhamento com um pediatra para verificar se o crescimento dele está adequado, minimizando a ansiedade e as expectativas diante da quantidade de alimentos ingeridas por ele.

Dê exemplo: os hábitos alimentares da família servem de exemplo para a criança. Se as pessoas ao redor consomem refrigerantes, frituras, salgadinhos e, oferecem à criança frutas, sucos, legumes, certamente, ela terá mais resistência para aceitar esses alimentos que não são hábitos da família. O mesmo vale na hora de ampliar o paladar deles além do trivial. É dia de passear no shopping? Que tal trocar a pizza ou o lanche gorduroso pela comida japonesa, que está cheio de vegetais e peixes nas receitas?
Menina na cozinha- Foto: Getty Images

Espante a preguiça: parece loucura, mas algumas crianças têm preguiça de comer. Entretidas com outras atividades, elas não sentem a menor vontade de interromper a brincadeira para exercitar a mastigação ainda mais quando o prato está muito cheio e o tempo perdido pode ser grande. Para ajudar nesse problema é ideal usar o aumento gradual na quantidade de comida e gratificações logo após as refeições. Brincadeiras também são bem-vindas.

Recompense o empenho dele: misturar alimentos pode dar certo num momento inicial ou com as crianças mais trabalhosas. Para cada quantidade do alimento que ele gosta, adicione um pouquinho do menos desejado. "As crianças acabam comendo tudo, sem perceber", afirma a psicóloga Adriana Araujo.

Doces do bem: a paixão precoce pelos doces é comum também na infância. É de se esperar que a criança tenha um paladar mais aguçado para os doces. Use isso a favor de vocês, oferecendo alimentos doces saudáveis, como as frutas. "A oferta de chocolates, bolos e tortas deve ser esporádica para que a criança perceba que esses alimentos não devem ser consumidos frequentemente", afirma a nutricionista Roberta Stella.

Cozinhem juntos: prepare o menu com a ajuda da criança. Peça sugestões para ela, mas não deixe de direcionar o cardápio. Use a oportunidade para mostrar a importância de balancear as refeições, consumir alimentos saudáveis e restringir aqueles mais calóricos e com menor qualidade nutricional.
Educação alimentar: evite os estimulantes de apetite nos primeiros anos de vida. Eles fazem você desperdiçar uma ocasião especial para desenvolver o paladar do seu filho. Acredite: quando tiver fome, ele vai procurar comida. E cabe a você oferecer opções saudáveis nessa situação. Só fique atenta para os eventos que podem prejudicar a vontade de comer, como o desenvolvimento da dentição.

Regrinhas básicas:

1. Tenha horários certos para as refeições;
2. Descarte a ideia de beliscar entre as refeições;
3. Evite comer na frente da televisão ou computador;
4. Dê o exemplo para a criança, cultivando bons hábitos alimentares;
5. Tenha sempre frutas, legumes e verduras em casa;
6. Só use as recompensas alimentares em situações de emergência;
7. Não force a criança a se alimentar. Quando tiver fome, ela vai procurar alimento.
www.minhavida.com.br

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Demência avançada

A degeneração das funções cognitivas é o tributo mais cruel que a natureza cobra dos que teimam viver mais tempo. Hoje em dia, é difícil encontrar família em que não haja alguém com Alzheimer ou outro quadro demencial, incapaz de reconhecer filhos e netos e de executar as tarefas cotidianas mais elementares.

Ao contrário dos avanços ocorridos em outras doenças degenerativas como as cardiovasculares e o câncer, no entanto, a trajetória clínica dos que chegam aos estágios mais avançados de demência, as opções de tratamento, o emprego de intervenções médicas agressivas e inúteis e a carga de sofrimento enfrentada por eles, costumam ser mal avaliadas.

Susan Mitchell e colaboradores acabam de publicar um estudo conduzido em 22 “casas de repouso” para idosos da região de Boston, que ajuda a entender melhor a natureza terminal das demências avançadas. Nele, 323 pacientes foram acompanhados por um período mínimo de 18 meses.

Os critérios para inclusão foram os seguintes:

1) Idade igual ou maior do que 60 anos;

2) Escore 5 ou 6 na Escala de Perfomance Cognitiva, teste no qual os portadores de funções cognitivas normais têm pontuação zero, enquanto os que se encontram nas fases mais avançadas de deterioração recebem 6;

3) Estádio 7 na Escala de Deterioração Global, fase em que as deficiências cognitivas são muito graves (incapacidade de reconhecer familiares), a comunicação verbal se torna mínima, a dependência para realizar atividades rotineiras é total, surge incapacidade para andar, incontinência urinária e fecal.

Embora muito enfermos, esses pacientes representam parcela significante dos portadores de demência, em qualquer país. No período de 18 meses, a mortalidade atingiu 54,8%. A sobrevida média foi de 1,3 ano. As principais causas de óbito foram pneumonias, episódios febris e distúrbios alimentares.

Em apenas 6 meses, a mortalidade chegou a 25%. Morreram cerca de 46% dos que tiveram pneumonia, 44% dos apresentaram episódios febris e 28% daqueles com distúrbios alimentares.

Nos últimos 3 meses de vida, 40% dos residentes receberam algum tipo de intervenção médica mais agressiva: internação em pronto-socorro, hospitalizações, nutrição parenteral (por via intravenosa) ou colocação de sonda gástrica.

Os que ficaram menos sujeitos a essas intervenções de utilidade questionável foram aqueles com familiares ou responsáveis informados e capazes de entender a natureza terminal do quadro de demência.

Episódios de falta de ar, dor, agitação, aparecimento de escaras, aspiração de líquido através das vias aéreas, ocorreram em 40% a 50% dos casos estudados, e se tornaram mais frequentes nos últimos dias de vida.

A importância desse trabalho é a de documentar que, nos estádios mais avançados, as demências devem ser entendidas como condições capazes de levar os pacientes à fase terminal, independentemente da existência de outras enfermidades. A maioria das mortes não é causada por eventos agudos, como infartos do miocárdio, derrames cerebrais, câncer ou descompensação de insuficiências cardíacas; o quadro demencial é a patologia de base responsável pelas complicações que levam ao óbito.

Com uma mortalidade de 25% em seis meses e sobrevida média de pouco mais de um ano, a expectativa de vida na demência avançada equivale à dos pacientes portadores de alguns tipos de câncer disseminado ou de insuficiência cardíaca grave (estádio IV).

Enquanto o índice de mortalidade das doenças mais comuns tem diminuído nas últimas décadas, o das demências continua a aumentar. Médicos, familiares e os responsáveis pelo planejamento da assistência médica devem estar preparados para enfrentar o desafio de cuidar dos que chegam às fases demenciais mais avançadas, poupando-os de intervenções inúteis que sobrecarregam o sistema de saúde e causam ainda mais sofrimento

Dr.Drauzio Varella

Endometriose

Há mulheres que comem o pão que o diabo amassou, quando chega a menstruação. Sentem dores fortes, mal estar e muita irritação.

Muitas delas são portadoras de endometriose, mal que acomete pelo menos 5% a 10% das que estão em idade reprodutiva. No caso das adolescentes com esses sintomas; esse número pode atingir 40% a 50%.

O que caracteriza a endometriose é a presença de implantes de um tecido bastante semelhante ao endométrio (a camada que reveste a parte interna do útero) na cavidade abdominal ou nos ovários.

O quadro clínico é caracterizado pela tríade: dor crônica na região pélvica, infertilidade e dor à penetração profunda durante as relações sexuais. Podem ocorrer ainda alterações do ritmo digestivo e urinário durante o período menstrual.

Apesar dessa sintomatologia, estudo feito no Hospital das Clínicas de São Paulo pela equipe do Dr. Maurício Abrão mostrou que, em 44% dos casos, o diagnóstico só é feito cinco anos ou mais depois dos primeiros sintomas.

Há fatores genéticos envolvidos na gênese: mulheres com familiares portadoras de endometriose têm risco sete vezes maior de desenvolvê-la.

O distúrbio pode instalar-se como consequência de alterações anatômicas ou bioquímicas.

É exemplo de endometriose relacionada a alterações anatômicas, a que surge em jovens portadoras de obstruções vaginais que dificultam o fluxo menstrual, forçando os restos de endométrio a percorrer o caminho retrógrado, em direção às tubas uterinas, aos ovários e à cavidade abdominal.

Constituem exemplo de alterações bioquímicas, os casos ocorridos entre mulheres que foram expostas durante a vida intrauterina a doses altas de estrógenos, administradas a suas mães.

Existem três formas principais da doença: peritonial (quando os implantes se estabelecem na superfície interna da cavidade pélvica e dos ovários), endometriomas (quando surgem cistos ovarianos complexos revestidos por tecido endometrioide) e nódulos retovaginais (quando o tecido endometrioide forma nódulos sólidos no espaço entre o reto e a vagina).

Há quatro hipóteses principais para explicar a endometriose:

1) Fragmentos do endométrio que deveriam ser eliminados pela menstruação fariam o trajeto retrógrado na direção da cavidade abdominal;

2) As lesões surgiriam na cavidade abdominal como resultado da persistência de células primitivas, que se diferenciariam em tecido semelhante ao do endométrio;

3) As células endometriais presentes no líquido menstrual migrariam para a cavidade abdominal através dos vasos sanguíneos ou linfáticos;

4) Células-tronco da medula óssea cairiam na circulação e se diferenciariam em tecido endometrioide formando os implantes pélvicos.

Há evidências de que a repetição dos ciclos ovulatórios tenha importância na formação e persistência dos implantes, uma vez que os sintomas geralmente desaparecem na menopausa, a multiparidade está associada à diminuição do risco de desenvolver a doença e a inibição da função ovariana com medicamentos reduz as dimensões dos nódulos, evita novos implantes e alivia os sintomas.

O diagnóstico é feito a partir das queixas, do exame ginecológico (que pode revelar a existência de nódulos entre a vagina e o reto, ovários aumentados e dolorosos ao toque) e do ultrassom. Implantes menores situados na cavidade abdominal podem ser visualizados pela laparoscopia.

O tratamento clínico pode ser feito com o uso da pílula anticoncepcional (contendo estrogênio e progesterona ou apenas progesterona), através da inibição da função ovariana ou do emprego de drogas pertencentes ao grupo dos inibidores da aromatase, enzima importante para a formação de estrogênio.

O tratamento cirúrgico quase sempre é feito pela laparoscopia que permite retirar os implantes ou vaporizá-los por meio de raios laser ou aplicação de corrente elétrica. Cirurgias convencionais são indicadas apenas em casos selecionados.
Dr.Drauzio Varella

Os genes e a alma humana

A maioria de nós acredita na existência de uma alma imortal, característica inequívoca da condição humana. Pondo a imortalidade de lado, pois se trata de questão de fé, seria cabível dizer que o conjunto de genes contidos no genoma constituiria o substrato bioquímico da alma humana? Vejamos.
Na fertilização, os genes que vêm com o espermatozóide formam pares com os que estão no óvulo, formando o zigoto (ou ovo), que vai se multiplicar e dar origem ao embrião. Cada um dos pares materno-paterno de genes será responsável por determinada característica do futuro ser, da cor dos olhos à probabilidade de apresentar leucemia aos quatro anos.
Caracterizar o momento em que se forma um ser humano provoca discussões acaloradas, a partir de pontos de vista inconciliáveis.
Embora espermatozóides e óvulos sejam células vivas programadas pela seleção natural para exercer a função de constituir um novo indivíduo, nunca ouvi alguém atribuir o início da vida humana ao instante em que essas células reprodutivas são formadas no organismo. Fosse assim, teríamos desenvolvido técnicas para colher e preservar em locais sagrados todos os óvulos não fecundados e, do ponto de vista legal, a masturbação masculina seria condenada como ato de genocídio.
É comum, entretanto, considerar que o instante da criação coincide com a fecundação. Por acreditar nessa idéia, tantos defendem a opinião de que ao zigoto devem ser garantidos todos os direitos da pessoa humana. A lógica é a de que espermatozóide e óvulo, ao misturarem seus conteúdos genéticos, disparam um processo irreversível, que fatalmente resultará numa criança.
A ciência pode contribuir para tentarmos esclarecer que processo é esse. Quando os genes da mãe se juntam aos pares com os do pai, de fato emerge um programa genético (como os programas de computadores) que vai dirigir por conta própria o desenvolvimento do novo ser, da primeira divisão celular à formação do último fio de cabelo. Esse programa genético desempenhará seu papel de condutor durante toda a gestação e se manterá estável pelo resto da vida do futuro ser. Contentes ou furiosos, carregaremos até a morte as características condicionadas pelos genes que herdamos de nossos progenitores.
Se imaginarmos a condição humana já embutida no zigoto, podemos considerar o genoma como a estrutura molecular correspondente à alma humana? Se concedermos tal "status" ao genoma, deveremos considerar, então, que animais como os chimpanzés, cujos genes são em mais de 98% idênticos aos nossos, têm alma parecida com a nossa? Caso contrário, com o avanço da tecnologia, quantos genes nossos precisaremos transplantar para que um chimpanzé adquira alma?
Como alternativa a esses dilemas, outros partem da constatação de que a vida na Terra resulta obrigatoriamente de um programa genético individual, específico para cada espécie, que evoluiu a partir dos mesmos ancestrais, através de mecanismos de competição e seleção natural. O que nos faz humanos não é a forma do corpo, mas a atividade do sistema nervoso central. Nesse sentido, somos mesmo um experimento original da natureza. Não existe outra espécie com neurônios capazes de executar operações cognitivas da complexidade das nossas e, principalmente, não há outro animal que conte com algo semelhante ao que chamamos consciência.
Nessa linha de pensamento, a vida se iniciaria com a formação do zigoto ou mesmo antes, mas a condição humana só começaria a ser esboçada ao surgirem os primeiros espasmos de atividade cerebral, lá pela décima segunda semana de gestação, fase em que o embrião pesa menos de 15 gramas. Antes disso, seríamos apenas um grupamento de células não muito diferente dos embriões das aves ou dos sapos ("a ontogenia recapitula a filogenia").
Essas visões, para as quais a natureza humana se deve à célula-mãe que nos deu origem ou ao sistema nervoso resultante de suas divisões, atribuem inadvertidamente ao genoma a responsabilidade de encerrar a essência humana.
Embora a biologia molecular possa nos ajudar a entender nossa constituição orgânica e as diferenças e semelhanças entre nós e os demais seres vivos, através dela jamais explicaremos o mistério mais profundo da condição humana: como emerge a consciência?
Nas fases iniciais do crescimento embrionário, os primeiros neurônios se multiplicam sem parar e desenvolvem prolongamentos celulares para se conectar com outros neurônios. Lá pelos três ou quatro meses de gestação, os neurônios que não conseguiram formar conexões sólidas com seus pares disparam um programa interno de morte celular (apoptose). Nesse suicídio coletivo sem paralelo, morrem mais neurônios do que os 100 bilhões que sobrevivem para formar o sistema nervoso adulto.
A principal característica dos circuitos neuronais é a plasticidade. Ao nascer a criança, a circuitaria de neurônios sobrevivente ao suicídio em massa estará pronta para se moldar à luz da experiência; sem ela, o sistema nervoso não desenvolve atividade plena. Se luz não chegar aos olhos nos primeiros meses de vida, nem sons aos ouvidos, nem cheiro às fossas nasais, o resultado será cegueira, surdez e anosmia, apesar da integridade inicial das redes neuronais.
O que chamamos a alma humana liga-se à emergência de uma consciência pessoal, única, sem a qual a individualidade não existe. E a consciência é algo que transcende a estrutura do próprio sistema nervoso, porque não está aprisionada em nenhuma circuitaria de neurônios, muito menos pode ser reduzida à expressão do genoma contido num zigoto. Ela nasce da construção de uma narrativa pessoal enriquecida por fatos culturais que dependem da história de vida de cada um de nós.
Dr.Drauzio Varella