A Saúde ótima e a prevenção das doenças começam no espírito
Existem cada vez mais evidências de que antes de adoecermos no corpo, adoecemos no espírito. Isto é, quando o paciente vem me procurar com uma queixa crônica, esta queixa ou sintoma esta diretamente ligada a algum tipo de insatisfação. Seja ela, no campo afetivo, profissional ou pessoal. Evidentemente fica difícil de provar isto, porem a relação causa e efeito é tão evidente que até os profissionais mais céticos estão passando a aceitar esta possibilidade. Geralmente isto ocorre pela pressão intensa do meio ambiente que gera uma auto cobrança intensa seguida de frustração, sensação de falha e autopunição. O interessante é que este mecanismo de comportamento prevalece independente do nível cultural, faixa etária, sexo, nível social ou ramo profissional. Como lidar com isso?
Baseado na minha experiência observando o comportamento humano, no consultório, elaborei algumas dicas úteis para tentar manter o espírito e a auto-estima em alta.
1. Muitas vezes o paciente vem extremamente estressado. Pergunto então ha quanto tempo ele não faz algo que goste. Muitas vezes eles não se lembram. Portanto, faça mais vezes o aquilo que goste. Quando fazemos aquilo que gostamos, estamos nos agradando e melhorando a nossa auto-estima, estamos dizendo para nós mesmos que nos amamos. Ex: esporte que nos agrade, um “choppinho amigo” com uma pessoa que gostamos e que não vemos há algum tempo.
a. Esporte: o exercício regular estimula a liberação de endorfinas. Estas substâncias têm forte poder antidepressivo e dão uma sensação salutar de bem estar e equilíbrio.
b. Num “choppinho amigo”, fatalmente daremos algumas risadas. Vários estudos, que mostram atividade cerebral, revelaram que a risada é a única emoção em que todo o cérebro é estimulado. Outros estudos revelaram que pessoas alegres têm menos risco de desenvolver doenças cardíacas ou câncer.
2. Na maioria das vezes o motivo da insatisfação é um sentimento de culpa ou fracasso. Portanto, lembre-se de que não existe fracasso nem sucesso, mas sim experiência e aprendizado. Independente da emoção trazida pela experiência, tristeza ou alegria (no sucesso), devemos ponderar friamente o que aprendemos. Com essa visão sairemos sempre mais fortalecidos para as próximas experiências. Afinal, qual é o propósito desta vida? Não é viver e aprender, ou ainda, a vida não é uma grande lição?
3. Ainda baseado no tema acima, vai aqui outra dica:
a. Perdoe-se sempre
4. As vezes o paciente entra em um ciclo de pensamentos pessimistas e sem objetividade. Isto “trava” qualquer idéia ou chance de desenvolvimento. Portanto, encha a mente de pensamentos positivos e relaxe. Visualize suas metas concretizadas. Procure conversar com alguém otimista ou até mesmo um profissional.
5. Canso de ouvir as pessoas reclamarem da falta de diálogo. O que observo, é que mais importante do que o diálogo é a falta de conversa consigo mesmo. Pergunte sempre a si mesmo, quais são as suas aspirações? Seus projetos profissionais? Como anda o seu lado afetivo? E se conscientize daquilo que te serve e daquilo que não te serve. Caso não saiba o que quer, lembre-se daquele dia em que acordou de bom humor. Então pergunte a si mesmo, porque estava de bom humor naquele dia. E assim vamos nos conhecendo e vivendo sem desperdiçar um só segundo da nossa vida. Um momento bom para esta conversa é após o banho, sexo, esporte ou sauna. Portanto, converse consigo mesmo diariamente, sem culpa ou autopunição.
6. Uma outra causa comum de insatisfação, e o complexo de inferioridade ou ainda o de superioridade. Tal sensação literalmente “empaca” o indivíduo para qualquer tipo de atividade ou atitude diante da vida. Isto gera uma avalanche de pensamentos pessimistas em um rodamoinho sem fim. O que temos de entender é que ninguém é melhor ou pior do que ninguém. Imaginemos que um avião, com todo o senado norte-americano (Bill Clinton inclusive) e com um índio amazonense, caia no meio da floresta amazônica. Quem vai liderar a população sobrevivente? O todo poderoso Bill Clinton? É claro que com todo o seu conhecimento, o índio é que vai liderar os sobreviventes. Um lixeiro, um marceneiro, um médico, tem muito que ensinar a um banqueiro, ou ao Presidente da República. A questão a ser discutida, não é se somos piores ou melhores, mas sim o queremos aprender nas diferentes fases da nossa vida. O fato é que todos sempre têm algo a nos ensinar e vice-versa. Com esta postura, jamais pisaremos em alguém ou ainda nos sentiremos menos que ninguém.
7. Ame-se de paixão. Muitas vezes estamos com a auto-estima tão abalada que não conseguimos gostar de nós mesmos. Quando diante desta situação, sugiro se lembrar de um momento em que se sentiu orgulhoso de si mesmo, um dia vitorioso. Alimente estas idéias no seu interior, e então será muito mais fácil se amar.
8. Durma bem: vários estudos mostram que distúrbios do sono estão associados á envelhecimento precoce (por menor produção de hormônio do crescimento), fibromialgia (dores musculares crônicas e persistentes); fadiga crônica e síndrome do pânico entre outras. Na maioria das vezes o paciente não consegue se desligar dos pensamentos diários, das responsabilidades do cotidiano. Como lidar com isso? Após um banho, deite-se, tome 10 respirações profundas e se transporte mentalmente para um lugar agradável onde você foi um vitorioso (esporte, sexo, profissão). A partir deste ponto, diga para si mesmo que quer ter uma noite de sono agradável e saudável. E que você deseja se desligar dos problemas durante o sono. Diga ainda, que quer acordar com soluções. Isto geralmente funciona bem. Lembre-se de se espreguiçar bem antes de levantar (como os animais). Caso o problema persista, procure o médico da sua confiança.
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