sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Diarréias

Tipos de diarréias mais freqüentes
As diarréias dividem-se em agudas e crônicas. As diarréias agudas têm um início súbito e evolução rápida que oscilam entre uma a duas semanas. Habitualmente estas diarréias são benignas e auto-limitadas, isto é, não são precisos medicamentos para a sua resolução desaparecendo apenas com tratamento sintomático, ou seja, com medicamentos para a hidratação.

As diarréias crônicas são persistentes e duram semanas ou meses, necessitando-se de exames complementares de diagnóstico para identificar rigorosamente a sua causa. As doenças inflamatórias intestinais, os tumores ou algumas infecções podem estar na sua origem.

CAUSAS E SINTOMAS MAIS FREQÜENTES

As causas mais freqüentes das diarréias são as infecções (vírus, bactérias e protozoários), as intoxicações alimentares e os medicamentos (antibióticos, anti-inflamatórios, antiácidos e laxantes). Uma outra causa de diarréia é a intolerância e alergia a determinados alimentos.

Os sintomas mais freqüentes relacionados com a doença diarréica costumam associar-se a febre, náuseas, vômitos, mal-estar e dores de estômago. Os sintomas chaves para determinar a gravidade do quadro são: perda de peso superior a 4,5 quilogramas, a presença de sangue nas fezes, febre alta com mais de 38ºC, sintomas persistentes apesar de tratamento e desidratação acentuada.

CONSEQÜÊNCIAS DE UMA DIARRÉIA

Um dos principais efeitos da diarréia é a desidratação, com perda de líquidos e de eletrólitos. Sendo particularmente perigosa em lactentes, crianças e idosos. Os sinais de desidratação são difíceis de avaliar, mas incluem sede, boca seca, debilidade, vertigem, escurecimento e diminuição do volume da urina.

MEDIDAS A TOMAR PERANTE UMA DIARRÉIA

Cuidados alimentares

Sendo a diarréia um sintoma, o tratamento depende da sua origem. A maioria das pessoas com diarréia só tem de evitar a sua origem. No entanto, o primeiro objetivo é prevenir ou tratar a desidratação e as deficiências nutricionais. Quando for possível, há que manter a ingestão de alimentos.

As dietas devem incluir a ingestão de muitos líquidos, de gorduras de fácil digestão, alimentos ricos em hidratos de carbono, tais como bananas, arroz, massa, batatas, sumo de maçã e tostas que proporcionam fibra solúvel e insolúvel sem irritação. Se a tosta estiver ligeiramente queimada o carvão pode ajudar a reter toxinas e eliminá-las do organismo. Devem suspender-se os produtos lácteos.

CUIDADOS FARMACOLÓGICOS

Para ajudar a aliviar o doente com diarréia, o médico pode prescrever um fármaco regulador do rítmo intestinal, que é eficaz no alívio das cólicas abdominais e na perda de fluidos. No entanto, pode agravar os efeitos de uma invasão microbiana, por atraso na eliminação das bactérias e das toxinas pelas fezes. Por vezes, até um agente formador de volume que se utiliza para a prisão de ventre crônica, pode ajudar a aliviar a diarréia.

Existem ainda os reguladores da flora intestinal a base de leveduras (Saccharomyces boulardii) e os produtos nutracêuticos a base de probióticos que pretendem repor a flora do trato gastrintestinal e manter o seu equilíbrio uma vez que é indispensável na manutenção da função intestinal.

PROBIÓTICOS

Os probióticos são microrganismos, não patogênicos, vivos, que quando administrados por via oral e em concentrações adequadas desenvolvem efeitos benéficos na resolução da diarréia. Os microrganismos benéficos são os lactobacilos e as bifidobactérias nomeadamente os Lactobacillus acidophilus e os lactobacillus bifidus.

Os efeitos benéficos dos probióticos são múltiplos e incluem a modulação do equilíbrio da microflora intestinal devido às suas capacidades de adesão às células epiteliais da mucosa intestinal, inibindo o crescimento dos microrganismos patogênicos por competição dos receptores das células epiteliais e também de nutrientes. Os probióticos desenvolvem e potenciam as defesas não imunológicas do trato gastrintestinal e protegem o paciente dos microrganismos patogênicos através da modulação das defesas imunológicas.

PREVENÇÃO DA DIARRÉIA DO VIAJANTE

A higiene adequada e o manuseamento correto dos alimentos previnem a maioria dos casos. A diarréia do viajante é uma perturbação característica por evacuações diarréicas, náuseas e vômitos que afetam com relativa freqüência as pessoas que viajam. Os viajantes devem freqüentar restaurantes com reputação de segurança e não deverão aceitar comida ou bebida oferecida por vendedores ambulantes. Todos os alimentos devem ser cozidos e todas as frutas descascadas. Os turistas deverão beber só bebidas engarrafadas ou preparadas com água que tenha sido fervida. Até os cubos de gelo deverão ser de água previamente fervida.

A vantagem que os antibióticos oferecem como prevenção é controversa, mas estes medicamentos podem ser recomendados para as pessoas especialmente propensas às conseqüências da diarréia do viajante, como os imunosuprimidos. O tratamento inclui beber líquidos abundantes, ingerir uma dieta mole e tomar reguladores do ritmo e da flora intestinal. Mas o mais importante é sem dúvida prevenir a desidratação.



Fonte: Dr.ª Catarina Baptista, farmacêutica responsável pela equipa técnica e pelo serviço de apoio ao cliente - Farmácia de Alcoitão
jornaldocentrodesaude.pt

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