segunda-feira, 1 de março de 2010

Disfemia

A gagueira tem muitas faces
Para a pessoa que gagueja, falar não é uma atividade natural, mas algo trabalhoso. O escritor Machado de Assis e o “pai” da medicina, Hipócrates, dois gagos famosos, que o digam.

Hoje em dia, aproximadamente 1% da população apresenta o mesmo problema, em uma proporção de quatro homens para cada mulher. Só no Brasil, 1,8 milhões de pessoas, de acordo com o Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica (CEFAC).

O normal em uma conversa é ligar palavras e frases com suavidade, facilidade e sem esforço, além disso, utilizar um tempo considerado usual para a execução das sílabas, palavras ou frases. Mas quando o gago se comunica não é assim, pois ele apresenta um distúrbio na fluência ou na temporalização da fala.

Desta forma, pode prolongar os sons “Olá, tuuuudo bem?”, interromper uma frase enquanto busca a palavra correta “atenda (silêncio por alguns segundos) a porta, por favor”, ou ainda a repetir sons e sílabas: “A-a-tenda a porta, por favor”.

Com o objetivo de mascarar a gagueira, muitas pessoas utilizam sinônimos. Quando percebem a dificuldade em pronunciar uma palavra, trocam-na por outra. Outras atitudes como encurtar a frase e recorrer às interjeições também é comum.

Assim: “atenda ao telefone, por favor” pode virar apenas “atenda” ou “atenda é, é, é ao telefone, por favor”. Um último comportamento é a utilização de movimentos físicos compensatórios. Por exemplo, no esforço de liberar uma sílaba que não está saindo a pessoa fecha os olhos e daí consegue pronunciá-la.

Os mitos

Algumas pessoas acreditam que a gagueira é fruto de um susto muito grande ou então acompanha a fala de pessoas nervosas ou ansiosas. Mas é um mito. A ansiedade pode contribuir para o aparecimento da gagueira, mas ela sozinha não pode ser considerada a causa.

A tese mais aceita no meio científico é de que o problema tenha causa multifatorial, ou seja, um conjunto de vários fatores (genéticos, orgânicos, sociais e psicológicos) que podem influenciar em maior ou menor grau.

Possíveis causas

. Genéticas: mais de um membro da família apresente a gagueira;

. Orgânicas: Partos muito demorados podem causar a falta de oxigenação momentânea do feto, fator que pode desencadear a gagueira no futuro;

. Sociais: crianças que crescem em ambientes muito agitados, onde se fala alto demais e a linguagem utilizada é complexa para a idade da criança;

. Psicológicas: pessoa que se sente insegura ou tem medo na hora de falar (os fatores psicológicos podem ser causa ou conseqüência da gagueira).



Fonte: Unimed do Brasil
30/03/2006

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