quinta-feira, 18 de março de 2010

Apendicite

Apendicite
O tubo digestivo é uma longa avenida de 10 metros. Inicia na boca, e segue como esôfago, estômago, duodeno, intestino delgado (jejuno e íleo), intestino grosso (cólon), reto e ânus.

O intestino grosso se divide em Cólon (Direito, Transverso, Esquerdo), Reto e Ânus. No início do Cólon Direito existe um pequeno orifício, que origina uma estreita “rua sem saída” do tamanho e formato de uma “minhoca”. Essa minhoca é chamada de Apêndice Cecal.

As fezes que circulam pelo intestino entram e saem dessa minhoca livremente, e geralmente não causam nenhum dano. Mas pode acontecer que uma semente, ou um pequeno caroço, ou um fecalito (pequeno pedaço muito duro de fezes), entre no apêndice e fique “entalado“, entupindo o apêndice.

Como em toda víscera, a situação de entupimento tem como reflexo a contração muscular vigorosa, na tentativa de promover a desobstrução. Se o paciente tiver sorte o apêndice consegue devolver a “rolha” para o intestino. Caso o apêndice se mantenha entupido por algumas horas, tem início um quadro de sofrimento, cuja inflamação culmina em abscesso, perfuração e peritonite em 2 ou 3 dias , com grande risco de vida .

O quadro clínico é dor abdominal, principalmente do lado direito, acompanhada, às vezes, de febre e náuseas. Esse quadro clínico é muito semelhante a uma simples intoxicação alimentar, ou a uma dor de ovulação, ou ruptura de pequeno cisto de ovário ,etc .Por isso recomenda-se que qualquer dor abdominal que não passe sozinha em 6 horas, deve ser avaliada por um médico.

Esse quadro de dor abdominal aguda, que leva o paciente a procurar um médico, é chamado de “Abdômen Agudo”, e requer um diagnóstico preciso e precoce. O tempo é o grande inimigo, pois em dois dias a peritonite pode estar instalada e o risco de vida também.

Não existe método diagnóstico que indique com precisão um quadro de apendicite. O exame físico, realizado pelo médico, apenas pode levantar essa suspeita.

Devido aos riscos implicados na apendicite aguda, a suspeita dela já é motivo suficiente para indicar seu tratamento: a cirurgia para retirar o apêndice e limpar o abdômen de possível contaminação. Concomitantemente à cirurgia, faz-se uso de antibióticos.

Essa cirurgia pode ser realizada através de incisão do lado direito do abdômen, ou através da Videolaparoscopia .

Nossa clínica prefere a apendicectomia videolaparoscopica, pelas seguintes razões:

a) Como, através da ótica, temos acesso visual a todo o abdômen, podemos avaliar todas as vísceras e assim fazermos o diagnóstico preciso;

b) Havendo contaminação do abdômen podemos lavá-lo com irrigadores e aspiradores;

c) Todos estes procedimentos (diagnóstico + lavagem + apendicectomia) são realizados com apenas 3 ou 4 túneis de 2,5 mm a 5 mm de raio, ou seja, o acesso causa um dano mínimo.


Fonte: www.francoerizzi.com.br

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