segunda-feira, 8 de março de 2010

RAIOS

“Proteger os olhos dos raios ultravioleta: como e porquê”
A luz é um elemento essencial na vida. Ela é especialmente importante para o oftalmologista porque é um componente integral da visão, sem luz, não existe visão. Apesar da importância da luz para a visão e também dos especialistas estarem constantemente trabalhando para manter a boa visão dos pacientes, a maioria das pessoas têm dificuldade em definir a luz e explicar seu papel na visão.

A luz é o produto de reações termonucleares no sol, que gera radiações eletromagnéticas. Detectores na retina sensorial transforma essa energia física em sinais nervosos que produz a sensação da visão. Visão então, pode ser vista como um processo de transformação, onde um elemento físico (luz) é transformado em uma energia elétrica (sentido da visão).

Somente parte do espectrum eletromagnético é visível para o olho humano. Este está dentro de um intervalo entre 380 e 780nm. Nos lados opostos deste espectrum visível, estão os raios ultravioleta, de 180 a 380nm de comprimento de ondas e os raios infravermelhos de 780 a 1400nm.

Os raios infravermelhos são amplamente detidos pela córnea, portanto a exposição aos raios ultravioleta é a preocupação primária quando prováveis efeitos adversos da luz estão sendo considerados. Os UV estão divididos em 3 segmentos: UVC (180 a 280nm), UVB (280 a 315nm) e UVA (315 a 380nm).

Há vários fatores específicos nos tecidos que determinam possíveis efeitos dos raios UV na estrutura dos olhos. Isto inclui a quantidade de oxigenação nos tecidos; a presença ou a ausência de radicais livres ou iniciadores; a concentração relativa de lipídeos e proteínas; transmissão, absorção e atividade cromófora; e potencial regenerativo dos tecidos.

A radiação UVC é filtrada pela atmosfera. O processo de esgotamento da camada de proteção do ozônio, pode limitar a eficiência deste filtro natural. No momento atual, o esgotamento do ozônio está progredindo em todo o mundo a uma escalda de 12% por década. Há uma preocupação a respeito do aumento da incidência de doenças cutâneas que podem estar sendo causadas devido ao buraco na camada de ozônio e a diminuição da proteção contra os raios ultravioleta no ambiente.

A radiação que consegue atravessar a camada de ozônio, é filtrada pela córnea. Uma grande quantidade de anomalias na conjuntiva exposta e na córnea são causadas pelas radiações UVC, entre elas estão o pterígeo, pinguecula, a queropatia solar, a queropatia Labrador e a queratite.

Na retina, a exposição aos raios UV implica em uma forma repentina de retinite solar e em uma forma crônica mais incidente de degeneração macular senil.
A luz não é somente o fator mais importante para os oftalmologistas atingirem seu objetivo de proteger e maximizar a visão, mas é também uma importante ferramenta para os oftalmologistas examinar e tratar a vista.

Assim sendo, deve-se observar que fontes de luzes artificiais, como por exemplo oftalmoscopia indireta/direta, biomicroscópio, lasers, etc, podem encaminhar a procução e doenças oculares em pacientes e em médicos que se expõem excessivamente e/ou não utilizam filtros de proteção.

Há uma grande quantidade de evidências laboratoriais que ligam o excesso de exposição aos raios ultravioleta, com doenças oculares. Estudos em animais , conduzidos primeiramente em coelhos, têm demonstrado problemas na córnea, cristalino e retina quando expostos gradualmente aos raios UV.

No olho humano tal evidência laboratorial direta das doenças oculares resultantes dos raios UV não são obtidas, no entanto, experiências clínicas têm demonstrado que pelo menos duas situações relacionadas com exposição aos raios uv e patologias ocular, são claras: queropatia solar e retinite solar. O maior problema é obter uma evidência conclusiva que ligue diretamente exposição crônica aos raios uv com doenças oculares.

Os estudo epidemiológico mais amplo endereçado a possível relação entre exposição aos raios uv e duas das mais comuns doenças encontradas devido ao envelhecimento dos olhos são o Estudo Chesapeake Bay Watermen e o Estudo Beaver Dam, ambos conduzidos no início dos anos 90. Em ambos os projetos conduzidos nos EUA,a exposição estava associada a vários fatores de risco avaliados pela incidência da catarata e DMRI em uma população de teste.

Os resultados fortemente implicaram o excesso de exposição aos raios ultravioleta causando o desenvolvimentos de ambas as doenças mencionadas.
Já é do conhecimento de todos que a camada protetora de ozônio na atmosfera atua como uma importante “sombra” para os olhos, protegendo-os contra possíveis efeitos adversos dos raios UV. Um filtro pode ser definido como um material que altera a intensidade e/ou a distribuição da luz que o atravessa. Há duas maneiras básicas de filtrar a luz dos olhos: óculos ou lentes de contacto. Os óculos solares são o método mais comumente utilizado.

As lentes fotocrômicas são as que oferecem o mais “fisiológico” ou verdadeiro filtro. Nestes, a quantidade de filtro ou tinta varia dependendo do nível de exposição aos raios ultravioleta. Estas lentes escurecem automaticamente em luz solar intensa e ficam claras de acordo com a diminuição do estímulo desta luz. O processo fotossensível ocorre pela absorção dos raios uv e da luz da região azul do espéctro.

As lentes fotocromáticas originais foram fabricadas em vidro, com a reação fotocromática produzida pela adição dos cristais de haleto prata ao vidro derretido. As lentes orgânicas fotossensíveis são mais recentes. Elas foram introduzidas pela Transitions Optical no início dos anos 90.

A reação, neste caso, é dependente de materiais aplicados sobre as lentes, em processo de camadas. O efeito de escurecimento e clareamento também depende da exposição aos raios UV, fazendo com que uma porção das moléculas ativas façam rotações, causando o escurecimento do material.

O tipo de proteção que as lentes Transitions oferecem, produzem a mais eficiente proteção para os olhos em condições potencialmente perigosas, (em alto nível de exposições aos raios ultravioleta), enquanto permitem uma visão “natural” em condições de pouca luz, fazendo com que estas lentes seja a mais lógica e conveniente proteção para os olhos contra os perigos dos raios ultravioleta.

Dra. Susan M. Stenson, M.D., F.A C.S.
Professora do Departamento de Oftalmologia da Escola de Medicina da Universidade de N.Y.
Presidente da CLAO

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