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O herpes simples é uma doença conhecida desde os tempos bíblicos e afeta milhões de pessoas em todo mundo. A pele e mucosas são seus alvos, sendo vista com relativa freqüência na prática médica.
Atualmente, sabe-se que o agente causal do herpes simples pertence a um grupo extenso de vírus, dos quais apenas cinco afetam o homem. Entre estes se encontram os vírus do herpes labial e genital. São eles o vírus herpes tipo 1 e tipo 2, respectivamente.
Após o homem suscetível tornar-se infectado, em dois a vinte dias, aproximadamente, surgem às lesões da primeira infecção. A regra geral é passarem desapercebida e inaparentes em 99% das ocorrências, mas, às vezes são exuberantes causando muito sofrimento e dor...O vírus permanece no hospedeiro por toda vida e muitos doentes apresentam a recorrência das lesões herpéticas.
Quando em latência o vírus abriga-se no sistema nervoso, não sendo afetado pelas defesas do organismo hospedeiro.
Clinicamente, ambos os vírus apresentam sintomas semelhantes. No início é a sensação de queimação, formigamento ou prurido. Após, aproximadamente, dez dias do surgimento dos referidos sintomas, as lesões herpéticas eclodem. A pele fica avermelhada, edemaciada, aparecem as vesículas e crostas que se destacam deixando áreas desnudas e dolorosas.
Passado um período de aproximadamente 7 a 15 dias, as incômodas lesões herpéticas cicatrizam sem deixar seqüelas. Decorridas semanas ou meses elas recrudescem, na dependência das condições imunológicas funcionais do paciente. As recidivas ocorrem quando estímulos importantes ativam o vírus adormecido no seu estado de latência, surgindo, então, os sintomas da doença em sua clássica magnitude.
Os estímulos referidos são a exposição à luz solar excessiva, o estresse cotidiano, as doenças infecciosas como a gripe, o trauma físico ou psíquico, as relações sexuais vigorosas, menstruação, etc. A história evolutiva desses pacientes é alternarem períodos de atividade e acalmia.
A transmissão do vírus herpes simples ocorre através do contato com lesões ativas, objetos contaminados ou secreções orgânicas. Inclusive, ele já foi encontrado na saliva de pacientes em atividade da doença. Geralmente, não penetra na pele íntegra e pode sobreviver fora do organismo humano por aproximadamente quatro horas.
À luz dos conhecimentos atuais, o herpes genital é considerado uma doença sexualmente transmissível, isto é, adquirida durante o ato sexual. Quanto à solução de continuidade que surge por ocasião dos surtos herpéticos, é correto afirmar que através dela é possível adquirir-se outras doenças de transmissão sexual como a sífilis, aids, hepatite B, etc.
A forma neonatal herpética, doença que afeta recém-natos nos primeiros dias de vida, é provocada pelo vírus do herpes genital. O contágio do recém-nato ocorre por ocasião do parto em pacientes portadoras de herpes genital. Felizmente é rara esta forma clínica.
O herpes não tem cura. Portanto, a prevenção é a melhor forma de combatê-lo. Mantenha a saúde bem cuidada, submeta o organismo a mínimo estresse, evite contaminar outras partes do corpo lavando sempre as mãos quando tocar nas lesões ativas procure não fazer sexo quando a doença estiver em atividade e use sempre a "camisinha" durante o ato sexual.
Manter-se informado sobre os avanços científicos neste assunto é recomendável. Embora não haja cura não desista, porque há vários medicamentos para atenuar as crises e melhorar a qualidade de vida. Para dirimir dúvidas específicas consulte seu médico de confiança.
Dr. Marco Aurélio Paiva
Dermatologista e Alergista
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