Na percepção do Itamaraty, as sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU contra o Irã não restringem a exportação de etanol para o país persa. "Vamos exportar para onde quisermos, nossa prioridade é abrir mercados", disse uma fonte do governo. "As sanções da ONU não proíbem a venda de etanol, então não sei porque haveria problema. O Brasil não vai se impor sanções voluntárias", afirma.
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Mas a mesma fonte oficial declara que a decisão de exportar obviamente fica a cargo do setor privado, que decide para quem vender, pesando riscos de sofrer eventuais retaliações dos EUA. Os empresários brasileiros, por sua vez, não têm nenhuma intenção de exportar etanol para o Irã. Adhemar Altieri, diretor de comunicações da Unica, entidade que representa produtores de etanol, disse que não há projeto nem de curto nem de longo prazos de vender etanol para o Irã. "Nunca mandamos uma gota de etanol para o Irã", disse. "Se for para exportar, optaremos por mercados prioritários, que importam maior volume."
Na quarta-feira, os EUA afirmaram que "não seria uma boa ideia" o Brasil vender etanol ao Irã. "Isso seria muito arriscado, já que a sanção aprovada pela ONU reconhece que há uma ligação potencial entre o setor de energia do Irã e atividades de proliferação (nuclear)", disse um alto funcionário da Casa Branca.
A possibilidade de o Brasil suprir parte das necessidades de combustível do Irã com etanol foi levantada pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, em visita a Teerã em abril. Mas os usineiros do Brasil não querem nem chegar perto do mercado iraniano. Uma aproximação com o Irã poderia dificultar a redução da tarifa sobre etanol cobrada pelos EUA. O poderoso lobby pró-Israel do Congresso dos EUA já indicou que deixará de apoiar a abertura do mercado americano para o etanol brasileiro caso a aproximação com o Irã avance. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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